“A comunicação sobre a Visão para a Agricultura e a Alimentação [da Comissão Europeia] é particularmente ambiciosa, tendo em vista o grande objectivo de dispormos de um sistema agroalimentar atractivo, competitivo, resiliente, preparado para o futuro, face aos desafios geopolíticos que se desenham, bem como o combate às alterações climáticas, criando condições de vida e de trabalho justo nas zonas rurais”, diz o secretário-geral da IACA – Associação Portuguesa dos Industriais dos Alimentos Compostos para Animais, Jaime Piçarra, no seu artigo de opinião, na rubrica “Notas da Semana”, no site da IACA, intitulado “Uma Visão Demasiado Ambiciosa?”.
Jaime Piçarra realça ainda que “talvez a sociedade não tenha a noção do que representamos no conjunto do sector agroalimentar e o que está em causa: 900 biliões de euros de valor acrescentado, 30 milhões de empregos, mas apenas 12% de agricultores com idade inferior a 40 anos, o que mostra o muito que temos de fazer para a renovação geracional, até porque a inovação e digitalização são absolutamente estratégicas para a competitividade e sustentabilidade”.
E adianta que “a simplificação, a gestão eficiente dos recursos naturais, desde logo a água, a economia circular e redução do desperdício alimentar, a dependência europeia em matéria de proteína, o bem-estar animal e a abordagem aos pesticidas – muito mais realista, com base na ciência e no conhecimento – bem como uma política que tenderá a privilegiar mais os incentivos e menos a condicionalidade, são muito bem-vindas”.
Por outro lado, alerta que “das primeiras reacções à Visão, genericamente bem recebida pelos sectores agrícola e agroalimentar – trata-se de uma Estratégia, veremos como corre a discussão e as propostas legislativas – algumas ONG já lamentaram que seja uma visão “míope”, ou que não siga uma abordagem que promova a redução do consumo de carne, como medidas de combate às alterações climáticas. Vamos ter de lidar com estas divergências, caminhos e olhares opostos para o futuro da agricultura e da alimentação, ao longo do debate e das discussões que agora se iniciam”.
No entanto, diz: “precisamos de um orçamento robusto para legitimar a Visão para a Agricultura e Alimentação. Este não pode ser, como é referido em Bruxelas, ‘o elefante na sala'”.
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