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IPMA: alterações climáticas vão reduzir qualidade e quantidade do arroz, milho e trigo

“As análises a longo prazo revelam aumentos substanciais do risco de seca em todos os cenários, com um aumento particularmente notável na região do Mediterrâneo”, diz Vanda Pires, da Divisão de Clima e Alterações Climáticas do IPMA — Instituto Português do Mar e da Atmosfera, considerando o armazenamento de água, a conservação da humidade do solo e a irrigação como algumas das respostas de adaptação mais comuns.

Adianta aquela técnica que “a irrigação é eficaz na redução do risco de seca” mas “necessita de uma gestão adequada para evitar potenciais resultados adversos”, salientando que “perante os cenários futuros, é esperada também uma diminuição da produção de algumas culturas. O IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas] estima uma diminuição geral da produção de trigo, milho e arroz na Europa”.

“Cada aumento da temperatura de 1,5 °C levará a quebras na produção mundial de 7% no milho, 6% no trigo e 3% no arroz”, escreve Vanda Pires no seu artigo, publicado na edição nº 31 da publicação Cultivar – Cadernos de Análise e Prospectiva, dedicada ao sequeiro, intitulado “As alterações climáticas e a influência no sector agrícola”.

Salienta adianta aquela técnica do IPMA que, de acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), “as alterações climáticas vão reduzir a qualidade e a quantidade do arroz, milho e trigo. É estimado que, em 2050, a procura de cereais deverá atingir 3,3 milhares de milhões de toneladas por ano, isto é, 800 milhões a mais que em 2014. Em 2050, emissões contínuas de gases com efeitos de estufa podem levar a perdas de rendimento que poderão exceder 10% para alguns cereais, como o trigo no Mediterrâneo”.

Em Portugal continental, “os principais impactos no sector agrícola estão relacionados, por um lado, com o aumento de temperatura e consequentemente os extremos associados ao calor e, por outro lado, com o alargamento do período seco estival e consequentemente um aumento da evaporação e um decréscimo da precipitação”.

“A redução das disponibilidades de água em Portugal continental será um dos maiores desafios, que irá originar quebras de produção, em especial nas culturas de sequeiro, assim como na pecuária, com a falta de água para o abeberamento dos animais”, refere Vanda Pires.

Pode consultar a edição nº 31 da publicação Cultivar – Cadernos de Análise e Prospectiva aqui.

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