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Investigadores alertam: há praga que põe em risco produção de pinhão

Um insecto originário da América do Norte que chegou acidentalmente à Europa está a consumir e destruir o pinhão e pode ser uma das origens para a quebra de produção em Portugal, alertaram investigadores em Lisboa.

Com o nome científico Leptoglossus occidentalis, a praga é também conhecida por “sugador de pinhas” e é um percevejo que consome o pinhão, mesmo quando ainda não está desenvolvido.

A praga provoca a deformação das pinhas e o ressequimento do pinhão, segundo os primeiros resultados de um estudo apresentados no Instituto Superior de Agronomia (ISA), no âmbito de um seminário sobre o tema “O pinheiro manso e o pinhão”. O estudo começou em 2014 e continua até ao próximo ano, na zona de Coruche, e é coordenado pelo Centro de Estudos Florestais, do ISA, segundo o site da Confagri – Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Portugal, que cita a Lusa.

Ana Farinha, investigadora do Centro, lembrou à Lusa que nos últimos 10 anos houve um grande investimento em Portugal no pinheiro manso e lamentou que a praga surgisse a meio desta florestação, não sendo possível por enquanto quantificar de que forma está a afectar o pinheiro.

Ainda assim admite que possa estar na origem na quebra da produção de pinhão que se verificou nos últimos anos, e, diz, não se pode excluir que ponha em risco o investimento no pinheiro manso.

A falta de certezas de Ana Farinha prende-se com o facto de, explicou, serem muito recentes os estudos sobre o pinheiro manso, havendo nessa área “uma lacuna muito grande”.

Mas um dado é garantido: “o insecto suga o que nós comemos, consegue sugar o miolo do pinhão e mesmo que apenas o danifique já não é comercializável”. E depois, acrescenta, o mais preocupante é que pode estragar uma pinha em início de desenvolvimento, uma pinha demora três anos a desenvolver-se.

Insecto espalhado por todo o País

O insecto está espalhado por todo o País e foi detectado em Portugal desde 2010, tendo entrado acidentalmente na Europa em 1999.O pinhão é, lembra o ISA em comunicado, “um dos produtos florestais não lenhosos mais valorizados e caros” no País.

Depois da Espanha, Portugal é actualmente o país com maior área de pinheiro manso (Pinus pinea). Lembra-se ainda no estudo que a Península Ibérica possui cerca de 75% da área de distribuição mundial do pinheiro manso e que nos últimos 10 anos o povoamento em Portugal aumentou 54%.

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