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Instituto Pedro Nunes combate Xylella fastidiosa com laboratório de sanidade vegetal acreditado pela UE

O Fitolab — Laboratório de Fitossanidade, do Instituto Pedro Nunes, em Coimbra, é desde Junho de 2022 o único laboratório nacional de sanidade vegetal com ensaios acreditados pelo IPAC — Instituto Português de Acreditação cumprindo com o Regulamento da União Europeia. Actuando na detecção e investigação de pragas e doenças das plantas — áreas pelas quais é reconhecido como “Laboratório Oficial” pela Direcção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), o Fitolab está empenhado na detecção da bactéria fitopatogénica Xylella fastidiosa.

Segundo o despacho N.º 48/G/2022 da DGAV a Zona Demarcada para Xylella fastidiosa, inclui 6 concelhos do Porto. Mais recentemente foi detectada na freguesia de Luz de Tavira e Santo Estevão, no concelho de Tavira tendo sido estabelecida a respectiva zona demarcada a 6 de Agosto de 2021 (despacho N.º 12/G/2022 da DGAV).

Joana Costa, directora do Fitolab do IPN, afirma que a bactéria é “responsável por uma enorme variedade de doenças com grande impacto económico e ecológico para o agroambiente” e um “agente biótico com mais de 500 espécies de plantas hospedeiras”.

Os vários focos já identificados de doença no nosso território fazem desta bactéria o organismo nocivo de maior relevância e com maior impacto tanto a nível nacional como no contexto fitossanitário europeu, responsável por prejuízos de milhões de euros na economia agroalimentar. A detecção célere da presença da bactéria permite a adopção de medidas de erradicação e de prospecção intensiva nas áreas abrangidas contribuindo para o controlo da dispersão do organismo nocivo.

58 espécies infectadas em Portugal

A investigadora da Universidade de Coimbra chama, ainda, a atenção para a dificuldade em prever o real impacto da bactéria e suas subespécies no nosso territórios perante o leque enorme de hospedeiros descritos entre plantas cultivadas e silvestres (inclui até ao momento 58 espécies infectadas em Portugal, algumas descritas pela primeira vez), sendo que muitos podem funcionar como reservatório sem que a bactéria provoque doença.

Obrigando a legislação europeia ao cumprimento de diversos procedimentos avaliados em auditorias, o Fitolab iniciou o processo de acreditação para o ensaio de detecção deste organismo. “Está em causa um procedimento muito exigente, com um elevado investimento financeiro e uma alocação de recursos humanos altamente especializados, cujo concepção consolida internacionalmente a competência portuguesa nesta área de actuação”, refere o IPN em nota de imprensa.

A implementação de todos os procedimentos associados ao cumprimento do referencial 17025:2018 nos diversos ensaios realizados pelo FitoLab no âmbito do reconhecimento pela DGAV enquanto “Laboratório Oficial”, reforça a competência do laboratório.

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