O secretário Regional da Agricultura e Alimentação, António Ventura, identificou hoje, 28 de Maio, nas Velas, a evolução que se tem verificado nos últimos 10 anos do número de bovinos da raça Ramo Grande na Ilha de São Jorge, referindo que dos 2.443 animais da espécie existentes nos Açores, a Ilha de São Jorge possui quase mais de metade do efectivo.
“Se em 2015 tínhamos 889 bovinos da espécie em São Jorge, hoje temos 1.150, sendo a ilha com o maior número de efectivos da raça Ramo Grande em toda a Região, num total de 2.443 animais”, anunciou.
António Ventura falava à margem de uma reunião com a direcção da Associação de Agricultores da Ilha de São Jorge, no âmbito da visita estatutária do Executivo àquela ilha, refere uma nota de imprensa do Executivo açoriano.
Recorda a mesma nota que a raça de bovinos do Ramo Grande é uma das raças autóctones dos Açores, consideradas pelo secretário Regional como “um património e identidade genética que tem várias vantagens, designadamente, didáctica, patrimonial, produtiva e social”.
Protecção das Raças Autóctones
Na ocasião, o responsável pela pasta da Agricultura lembrou ainda o aumento do apoio para a protecção das Raças Autóctones, que agora representa um valor anual de 250 euros por cabeça normal para os animais bovinos da raça Ramo Grande, de acordo com a Portaria n.º 19/2024 de 22 de Abril de 2024.
O governante destacou a raça de bovino do Ramo Grande pelo facto de “por detrás de cada animal existir um bocadinho de história dos Açores”, tendo em conta que esta foi “uma raça trazida para o arquipélago pelos primeiros povoadores com uma utilidade tripla, designadamente para o trabalho, para a produção de carne e para a produção de leite”.
António Ventura relembrou também que já em 2024 foram aprovadas 74 candidaturas ao apoio à preservação e manutenção das juntas de bois da raça autóctone Ramo Grande, criado pelo Governo Regional dos Açores, num valor global de cerca de 19.600 euros, sendo São Jorge a ilha com mais juntas de bois a serem apoiadas, num total de 37.
“As juntas de bois da raça autóctone Ramo Grande fazem parte das tradições e da cultura do arquipélago e a sua manutenção acarreta custos que importa comparticipar de modo a garantir a continuidade da raça e, por consequência, assegurar as manifestações culturais inerentes”, justificou.
Este apoio tem por base o facto de a raça autóctone Ramo Grande ser originária da Região Autónoma dos Açores e existir a necessidade premente de a preservar como um património identitário e garante da biodiversidade genética.
“É, por isso, uma raça com tradição, identidade cultural, didáctica, turística e etnográfica e, portanto, um elemento característico de projecção dos Açores”, concluiu António Ventura.
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