“Sem pretender criar qualquer tipo de dramatismo ou de alarme, o prolongar desta crise, sem medidas conjuntas e coordenadas à escala da União Europeia e dos seus aliados, pode parar a produção de matérias-primas para a alimentação animal”.
Quem o diz é o secretário-geral da IACA – Associação Portuguesa dos Industriais dos Alimentos Compostos para Animais, Jaime Piçarra, referindo-se ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia, e acrescentando que “a manter-se a situação de guerra, a indústria da alimentação animal pode vir a confrontar-se, no muito curto prazo, com uma conjuntura de maior escassez ou mesmo de inexistência de matérias-primas para o fabrico dos alimentos para animais, o que seria inimaginável há poucos dias”.
O artigo de opinião de Jaime Piçarra, na rubrica “Notas da Semana”, no site da Associação, realça ainda que “a Ucrânia é o grande celeiro da Europa e Portugal depende daquele país em mais de 40% no aprovisionamento de milho, 50% no caso da colza”.
“Com as infra-estruturas portuárias ucranianas a serem alvos estratégicos e stocks relativamente reduzidos no nosso país, a situação tende a ser de autêntico pesadelo deixando de ser uma questão de preços, mas simplesmente de disponibilidade”, acrescenta o secretário-geral da IACA frisando que “já hoje demos nota destas preocupações ao Secretário de Estado da Agricultura, com quem estamos em contacto permanente, bem como ao nível da FEFAC, com uma reunião urgente de um Grupo de Emergência”.
Pode ler a “Notas da Semana — No Rescaldo do Conselho Agrícola: A Crise na Ucrânia e o Tempo que já não temos” aqui.
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