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Grupo Valouro: “Acreditámos desde o início que o futuro está nas aves”

“Acreditámos desde o início que o futuro está nas aves”, diz o administrador do Grupo Valouro, António José dos Santos. Por isso mesmo, a empresa está a investir numa nova unidade de produção de galinhas reprodutoras para 500 mil pintos por semana, em Navalmoral de la Mata, junto à central nuclear de Almaraz, Espanha, em sociedade com uma empresa espanhola.

A nova unidade de produção, um investimento de 22 milhões de euros, estará em funcionamento pleno ainda em 2018 e deverá empregar cerca de 60 pessoas.

O Grupo Valouro, mais uma presença na 6ª edição da AgroGlobal – Feira das Grandes Culturas que se realiza de 5 a 7 de Setembro de 2018, em Valada do Ribatejo, tem um modelo de negócio vertical, que começa na agricultura e acaba no prato, desde a produção de cereais, à sua transformação em rações, multiplicação de pintos, matadouros, transformação e venda de carne de frango, em fresco e cozinhada.

Líder na produção e venda de ovos

É um dos principais grupos agroindustriais em Portugal e lidera o negócio da produção e venda de ovos de incubação na Europa.

Fundado por António José dos Santos e José António dos Santos, irmãos gémeos, o Grupo Valouro tem prosperado nas últimas décadas graças à visão estratégica dos seus proprietários.

“Desde que me conheço o mercado do frango sempre cresceu, acreditámos desde início que o futuro está nas aves, porque cada vez mais as pessoas preferem as carnes brancas às vermelhas”, afirma António José dos Santos, responsável pela componente agrícola e indústrias de rações no Grupo Valouro, à comunicação da AgroGlobal.

Mas acrescenta que é, no entanto, “uma actividade onde só se consegue margem através de grandes volumes”.

Mercado do frango a crescer

Em 2017 o mercado nacional da carne de frango continuou a crescer. Segundo um relatório do INE, datado de Dezembro de 2017, “relativamente às aves de capoeira, é expectável um aumento do volume (+4,9%), para o qual contribui o aumento da produção de frango, como consequência da maior produção dos aviários de multiplicação”.

Na produção de cereais

Na vertente agrícola, o Grupo Valouro produz cerca de 1.100 hectares de cereais (900 hectares de milho, mais de 16.000 toneladas em 2017), em propriedades próprias, localizadas entre Alvalade do Sado e Aljustrel, onde também detém uma unidade de produção de frangos.

“Todos os frangos que produzimos no Alentejo consomem do nosso milho”, mas a produção própria mal chega para um mês de meio das necessidades das indústrias do Grupo, que gastam em média 13.000 toneladas de milho por mês.

António José dos Santos diz ainda à comunicação da AgroGlobal que o milho produzido em Portugal tem boa qualidade, pelo que de Setembro a meados de Dezembro compra em média 70 mil toneladas de milho no mercado nacional, evitando importar o cereal do estrangeiro.

No entanto, reconhece que “o milho importado do Brasil tem mais proteína do que nosso e, ultimamente, também têm vindo milhos bons da Bulgária e da Roménia”.

O empresário acredita que a área nacional de milho não vai aumentar no futuro, até porque a maior parte das terras onde se fazia milho têm agora olivais, e afirma que a única forma de os produtos de milho sobreviverem será “melhorando ainda mais a produtividade da cultura, pois a água e a electricidade são caras” e criando sinergias com produção pecuária.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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