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Gonçalo Carvalho da PONG-Pesca: “ciência é a base de uma gestão pesqueira sustentável”

“A ciência é a base de uma gestão pesqueira sustentável. Há de facto necessidade de haver uma maior abertura da ciência a todos os envolvidos na pesca e ao público em geral e temos verificado que os investigadores estão cada vez mais disponíveis para as outras partes interessadas e os seus contributos”. Quem o diz é Gonçalo Carvalho, da coordenação da PONG-Pesca.

Aquele responsável fez estas afirmações depois da realização, no dia 1 de Junho, do encontro “A ciência na gestão das pescas – esclarecer e aproximar”, nas instalações do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em Algés.

E adianta: “para nós esta aproximação é essencial, pois o resultado será uma maior compreensão dos pareceres científicos e do processo que os gera, mas também um reforço da confiança e das condições para que os investigadores possam fazer o seu trabalho”.

Conclusões entregues a Ana Paula Vitorino

As apresentações e conclusões gerais que resultaram do evento serão compiladas, ficarão disponíveis para serem consultadas e serão ainda partilhadas com a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, e a Secretaria de Estado das Pescas.

A Plataforma espera que este tenha sido “um passo positivo no sentido de aproximar os stakeholders da Ciência e que tenha contribuído para um melhor entendimento daquilo que são os pareceres científicos em que se têm de basear as decisões sobre pescas”, refere um comunicado da PONG-Pesca.

Fica ainda a certeza que outros eventos se seguirão que permitam prolongar as discussões começadas nesta oportunidade. A PONG-Pesca está ainda aberta a organizar e a cooperar na organização de eventos futuros que contribuam para o mesmo objectivo.

Aproximar o ICES aos stakeholders portugueses

O objectivo do evento foi contribuir para a aproximação entre o Conselho Internacional para a Exploração dos Mares (CIEM, ICES em inglês) e os stakeholders portugueses, gerando um melhor entendimento – tanto da instituição como do processo de produção de aconselhamento científico a pescarias – entre todas as partes interessadas.

De forma mais concreta, este evento pretendeu antecipar a publicação do parecer do ICES sobre a sardinha ibérica, em Julho, e a avaliação que aquele organismo irá fazer do plano de recuperação apresentado por Portugal e Espanha à Comissão Europeia e que será a base do estabelecimento das quotas daquela espécie nos próximos anos.

A ideia de organizar este evento, explicam os responsáveis pela PONG-Pesca, surgiu do reconhecimento de que em Portugal, como na maioria dos países europeus, há ainda uma distância considerável entre o ICES (e os institutos de investigação nacionais que contribuem para o seu trabalho) e os stakeholders nacionais, apesar dos esforços que têm sido desenvolvidos nos últimos anos no sentido de reduzir esta distância.

Documentos difíceis de interpretar

De uma forma geral, pela sua tecnicidade, os pareceres são documentos relativamente difíceis de interpretar e, por vezes, gera-se um desentendimento sobre como são produzidos, quem os produz e em que pontos e como podem os stakeholders intervir no processo, explica o mesmo comunicado.

O evento contou com apresentações por um representante do ICES e investigadores do IPMA envolvidos na avaliação dos stocks da costa portuguesa e que estão envolvidos com os grupos de trabalho do ICES, que informaram e esclareceram dúvidas sobre estas instituições e processos.

“Houve uma forte participação das partes interessadas resultando num debate intenso em que vários dos presentes na audiência puderam expressar a sua opinião”, garante a PONG-Pesca.

Estiveram presentes cerca de 30 participantes de todas as áreas relacionadas com a pesca: associações e sindicatos de pescadores, organizações de produtores, retalhistas, investigadores, organizações não governamentais, órgãos da Administração, gabinetes de acção local das pescas e ainda órgãos de comunicação social.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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