Uma Área Integrada de Gestão de Paisagem (AIGP) vai ser criada na Freguesia de Alvares, no concelho de Góis. O processo de criação da AIGP Alvares arrancou hoje, 6 de Novembro, com a assinatura do protoloco entre os parceiros envolvidos.
Alvares apresenta uma acidentada geomorfologia e características edafoclimáticas que aumentam os riscos de incêndios rurais bem como a ocorrência de outras calamidades. Neste contexto, a AIGP Alvares vem responder à exigência de uma prevenção activa e do reforço do ordenamento e da integração da gestão rural, bem como da construção de redes estruturais e meios de prevenção e protecção contra incêndios, e outros riscos e pragas, sobretudo levando em linha de conta as tendências que as alterações climáticas em curso irão agravar.
Abrangerá inicialmente uma área de mais de 1.000 ha, na freguesia de Alvares, podendo a mesma vir a ser progressivamente alargada.
O assinatura do protoloco contou com a presença do ministro do Ambiente e Acção Climática, João Pedro Matos Fernandes, o secretário de Estado das Florestas, João Paulo Catarino, o secretário de Estado Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Carlos Miguel e dirigentes de organismos centrais e regionais do Estado.
Integrada no Programa de Transformação de Paisagem, a AIGP Alvares tem como principais objectivos a efectiva transformação da paisagem de Alvares com valorização, gestão e a defesa dos espaços rurais da freguesia de Alvares e do seu património florestal, paisagístico e ambiental, bem como a segurança das suas populações e o seu desenvolvimento económico e social.
Três pilares da sustentabilidade
A intervenção a realizar irá enquadrar os três pilares da sustentabilidade – ambiental, económico e social – numa dinâmica que, partindo dos espaços rurais que dominam a paisagem, envolve as pessoas e o desenvolvimento das comunidades locais. Simultaneamente, promoverá o ordenamento da paisagem, a implementação de medidas de protecção de pessoas e bens e intensificação da gestão florestal.
Para Luís Veiga Martins, secretário geral da Celpa – Associação da Indústria Papeleira, “este é um bom exemplo de como todos os parceiros e agentes económicos acrescentam valor, numa experiência que pode e deve ser alargada a outras regiões do País”, acrescentando que “a floresta de produção deve estar a par da floresta de conservação, sendo ambas essenciais para a sustentabilidade e para transformação da paisagem”.
O mesmo responsável adianta que “é fundamental a coexistência de uma função produtiva, sob o risco de se perder a harmonia e o equilíbrio. Sublinhe-se ainda o importante contributo da floresta de produção para o roteiro da descarbonização, uma vez que na floresta de produção a taxa de fixação de Co2 é bastante superior, contribuindo, desta forma, para o alcance das metas desejadas”.
Promover o ordenamento
Com a constituição da AIGP Alvares pretende-se promover o ordenamento e a gestão preconizados para os territórios agroflorestais e para a paisagem, potenciando o seu aproveitamento e fruição com modelos cada vez mais sustentáveis e resilientes que integram floresta de produção e de conservação, colocando ao dispor dos proprietários rurais/florestais, menos presentes e activos, um leque de soluções alternativas que viabilizam a sua efectiva operacionalização.
A criação da AIGP Alvares envolve enquanto entidades signatárias, o Núcleo Fundador da Zona de Intervenção Florestal da Ribeira do Sinhel, a Câmara Municipal de Góis, a Junta de Freguesia de Alvares, a Associação Florestal do Concelho de Góis, o Instituto Superior de Agronomia através do Centro de Estudos Florestais, a Celpa – Associação da Indústria Papeleira, a Altri Florestal, a The Navigator Company e a World Wide Fund for Nature através da Associação Natureza Portugal.
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