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Foto: Mar 2020

Finisterra quer produção anual de 5.000 toneladas de mexilhão e avançar para mercados internacionais

A Finisterra, projecto de produção aquícola de bivalves em mar aberto nas águas de Sagres, tem como objectivo a produção anual de 3.000 a 5.000 toneladas de mexilhão fresco da mais alta qualidade, com calibres de menos 25 peças por quilo. Tudo a pensar na internacionalização dos seus mercados. Em modo de produção biológico e com apoio do Mar 2020.

Por outro lado, o projecto lançado em 2010, pelos irmãos Manuel e Lourenço Pinto Ribeiro, pretende comercializar mexilhão nos mercados da União Europeia que valorizem devidamente a qualidade do produto e também todas as certificações obtidas, graças à qualidade e ao processo de produção biológico da Finisterra.

Foto: Mar 2020

Embalar e confeccionar produtos refrigerados

O terceiro objectivo da Finisterra é embalar e confeccionar (pasteurizar) produtos refrigerados, a partir da sua produção de mexilhão fresco, com uma shelf-life de pelo menos 60 dias, de forma a poder ter acesso à totalidade dos mercados europeus e internacionais.

“Para que estes objectivos sejam atingidos na totalidade, a Finisterra espera recorrer em breve ao Mar 2020, através de duas candidaturas distintas, uma pelo quadro da Produção de Aquicultura e a outra pelo da Transformação Industrial dos Produtos de Aquicultura”, referiu Manuel Pinto Ribeiro, à newsletter de Outubro do Mar 2020.

Quarta quadrícula de produção em mar aberto

Uma das candidaturas passa pela instalação da quarta quadrícula de produção em mar aberto, na área da licença de utilização de recursos hídricos detida pela Finisterra nas águas de Sagres e pela construção da terceira embarcação especializada para ter os meios necessários para cultivar e extrair mais de 4.000 toneladas de mexilhão fresco por ano.

Uma segunda candidatura ao Programa Mar 2020 prevê a eventual construção de uma unidade nova dedicada à transformação (pasteurização) do mexilhão fresco de forma a mantê-lo em excelentes condições de consumo humano durante pelo menos 60 dias.

Foto: Mar 2020

“Desta forma iremos conseguir que grande parte do valor acrescentado do nosso produto permaneça na Finisterra e em Portugal, o que não poderá acontecer se a vasta maioria do nosso produto for vendido a granel, embalado, distribuído e comercializado internacionalmente por empresas terceiras que irão assumir naturalmente como delas um produto de excelente qualidade que efectivamente é da Finisterra e nacional”, acrescentou o responsável da Finisterra à newsletter de Outubro do Mar 2020.

Objectivo: Japão, Dubai, Brasil, América do Norte e China

Esta capacidade de pasteurização vai permitir à Finisterra, além de conseguir maior valor acrescentado na venda, chegar à generalidade dos mercados da União Europeia mas também a mercados tais como o Japão, Dubai, Brasil, América do Norte e China.

“Mercados nos quais os produtos da mais alta qualidade são também devidamente apreciados”, revelou Manuel Pinto Ribeiro.

Águas de Sagres, classificadas pelo IPMA como zona “A”

A escolha do local de produção de bivalves não foi feita ao acaso. As águas de Sagres estão classificadas pelo IPMA como zona “A”, onde os bivalves são próprios para consumo humano sem necessidade de depuração.

A Finisterra está também licenciada para cultivar outras espécies de bivalves, nomeadamente ostras e vieiras, nas suas quadrículas de produção.

Em terra, tem instalações com uma capacidade instalada para depurar até 20 toneladas/dia de bivalves oriundos de águas classificadas pelo IPMA como “B”, no seu Centro de Depuração e Expedição, situado no Porto da Baleeira, em Sagres.

Foto: Mar 2020

Certificação biológica

A actividade de cultivo de bivalves em mar aberto da Finisterra foi certificada, em Novembro de 2016, pela SGS Portugal como Processo Biológico, certificação que foi re-confirmada em Novembro de 2017.

A Finisterra está actualmente a trabalhar nos processos de certificação ISO 22000 e ASC (a certificação equivalente à MSC para a aquicultura) e espera em 2019 ter obtido as duas certificações.

“A ausência de poluição humana, a capacidade de renovação das águas, as correntes oceânicas, a riqueza nutricional destas águas e a violência do Mar de Sagres são a razão por termos optado por Sagres para instalar a nossa produção”, disse Manuel Pinto Ribeiro, durante uma visita dos gestores do Mar 2020 às instalações da empresa.

A Finisterra recorreu ao Fundo Europeu das Pescas (FEP), através do PROMAR, em 2011 e 2015, tendo investido ao longo dos últimos 8 anos mais de 8,5 milhões de euros, dos quais cerca de 40% correspondentes a comparticipação pública do referido Programa Operacional.

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