A Fenareg – Federação Nacional de Regantes de Portugal junta-se à Copa-Cogeca numa “posição firme e sem ambiguidades contra as propostas da Comissão Europeia para a reforma da Política Agrícola Comum (PAC) e para o Quadro Financeiro Plurianual (QFP), que colocam em risco a sobrevivência da agricultura europeia e a coesão económica do continente, ameaçando a segurança alimentar e social” no espaço da União Europeia (UE).
Ontem, 21 de Outubro, em Estrasburgo, os agricultores de toda a Europa voltaram às ruas para dizer basta. A mensagem “foi clara e uníssona: os planos da Comissão ameaçam a segurança alimentar, o emprego rural e o futuro da agricultura europeia”, refere uma nota de imprensa da Fenareg.
A acção contou com a presença de 50 eurodeputados dos mais variados grupos políticos, que “recusaram apoiar as propostas que diluem a PAC e cortam brutalmente o seu orçamento, fragilizando um sector vital para a economia e estabilidade política e social, sobretudo num momento que já é de enormes desafios económicos e climáticos”.
“Estas propostas são inaceitáveis. Dissolver a PAC num fundo único e reduzir os apoios à agricultura é abrir uma brecha perigosa na soberania alimentar da Europa”, alerta José Núncio, presidente da Fenareg, sublinhado que: “a nova visão apresentada pela Comissão ameaça directamente a competitividade rural e o equilíbrio entre Estados-Membros, ao permitir que os apoios aos agricultores dependam dos recursos financeiros de cada país. É preciso que todos estejamos conscientes de que este é um retrocesso histórico na solidariedade europeia, que vai pôr em risco a segurança alimentar, a paz social e o equilíbrio da Europa – princípios basilares e pilares da própria União, que iremos ver esvaziados”.
A posição defendida pela Fenareg converge, de resto, com a do ministro da Agricultura e Mar português, que já havia declarado durante o debate sobre “Investimento em Regadio: o que há de novo?”, promovido pela Federação na AgroGlobal, a 10 de Setembro que a visão da Comissão compromete o equilíbrio do mercado agrícola europeu e da própria essência da UE, frisa a mesma nota.
A Fenareg considera “urgente travar esta reforma e apela a uma defesa activa da PAC enquanto política comum, com estrutura de dois pilares, orçamento estável e ajustado à inflação, e respeito pelos objectivos consagrados no Tratado da União Europeia”.
“A PAC é muito mais do que um apoio financeiro. É o alicerce da segurança alimentar, da sustentabilidade e do equilíbrio económico da Europa enquanto continente. Desmantelá-la seria um erro histórico,” conclui o presidente da Fenareg.
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