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Felicity Ace afundou nos Açores. Ministro do Mar: “é fundamental acompanhar eventuais derrames de combustível”

O Ministério do Mar, através da Direcção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) e do Gabinete de Prevenção e de Investigação de Acidentes Marítimos (GAMA), continua a acompanhar o acidente que ocorreu, a 16 de Fevereiro, com o navio de carga Felicity Ace, ao largo dos Açores, a cerca de 175 km a sudeste do Faial, garante o Gabinete do ministro Ricardo Serrão Santos.

Mas, realça que “apesar dos melhores esforços para o evitar, o navio de 200 metros de comprimento não resistiu aos danos estruturais e afundou”, às 9h10 de 1 de Março, com toda a carga e combustível. Este acidente ocorreu a Sul da sub-área dos Açores da Zona Económica Exclusiva portuguesa, em local não classificado como área marinha protegida e com mais de três mil metros de profundidade.

“O Ministério do Mar saúda todas as entidades envolvidas na melhor resolução deste acidente de grandes dimensões, cuja acção salvou a tripulação do navio e minimizou os efeitos nefastos nos ecossistemas marinhos nacionais”, disse o ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos.

“É fundamental agora continuar a acompanhar eventuais derrames de combustível ou de outras substâncias tóxicas e, quando for possível, avaliar in situ o estado do navio e o impacto do seu afundamento nos fundos marinhos e em eventuais ecossistemas vulneráveis que possam ocorrer no local”, acrescentou o governante.

Este acidente “veio mais uma vez demonstrar a necessidade de Portugal continuar a investir em tecnologias avançadas de vigilância marítima e controlo de tráfego marítimo, como o sistema VTS (serviço de tráfego de navios), em todo o espaço marítimo nacional”, acrescenta o Ministério do Mar em comunicado.

Comunicado que apresenta a cronologia dos eventos que foram sendo acompanhados pelo Ministério do Mar:

  • A 16 de Fevereiro, o comandante do navio, que se encontrava em rota da Alemanha para os Estados Unidos, com uma carga de cerca de quatro mil veículos (incluindo 579 eléctricos), deu o alerta de que tinha um incêndio a bordo. O navio foi imediatamente apoiado pelo MRCC de Ponta Delgada e por outros navios de marinha mercante que estavam na zona, e ainda, por uma embarcação da Marinha Portuguesa e por meios da Força Aérea.
  • Dada a perigosidade do incêndio, a Força Aérea resgatou de imediato os 22 tripulantes que se encontravam a bordo, ficando o navio à deriva, na altura, a cerca de 30 milhas a sul da ZEE dos Açores.
  • Mais tarde, instalou-se na Horta uma equipa de especialistas, com um helicóptero e equipamento de combate a incêndios, preparada para actuar logo que existissem condições para tal. Entretanto, chegaram ao local três rebocadores contratados pelo armador/operador, a Mitsui Lines, para apoio, rebocagem e efectuarem o arrefecimento do navio com canhões de água.
  • O incêndio demorou vários dias a extinguir-se e causou o colapso de painéis superiores e danos no costado, especialmente à ré. A dificuldade em controlar o fogo deveu-se ao tipo de carga que o navio transportava, já que é difícil controlar incêndios em automóveis, em especial eléctricos, cujas baterias libertam gases tóxicos. Com o incêndio quase extinto, e recorrendo a um helicóptero da Força Aérea, fixou-se um cabo de reboque ao navio.
  • Nos dias 25 e 26, fez-se uma tentativa de aproximar o navio até cerca de 60 milhas do Faial, para permitir alcançá-lo com o helicóptero fretado pelo armador. No entanto, dadas as condições meteorológicas e o risco do navio se partir próximo das ilhas, a manobra foi abortada e o navio foi rebocado para fora da ZEE, a aguardar melhores condições de mar para retomar a operação.
  • No dia 1 de Março, o navio começou a afundar. Os três rebocadores e o NRP Setúbal da Marinha Portuguesa permanecem na zona para identificarem eventuais manchas de poluição ou destroços perigosos. Os peritos referem que o controlo de incêndios a bordo de navios que transportam carros, em especial eléctricos, é uma tarefa muito exigente e que neste caso fez-se tudo o que era suposto.
  • As decisões foram tomadas essencialmente pelo armador, em contacto permanente e estreito com as autoridades nacionais, incluindo a DGRM. Este acidente veio demonstrar mais uma vez a necessidade de Portugal continuar a investir em tecnologias avançadas de vigilância marítima e controlo de tráfego marítimo, como VTS (serviço de tráfego de navios), que cubra todo o espaço marítimo nacional.

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