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FEA quer crescer no vinho, duplicar olival e estuda marca própria de amêndoa

A Fundação Eugénio de Almeida (FEA) tem em curso um ambicioso projecto para continuar a crescer na produção e venda de vinho e azeite e ambiciona lançar uma marca própria de amêndoa. Graças ao regadio do Alqueva, a área de olival pode mesmo duplicar.

A FEA é mais uma das muitas empresas que já reservou o seu stand na 6ª edição da AgroGlobal – Feira das Grandes Culturas realiza-se de 5 a 7 de Setembro de 2018, em Valada do Ribatejo.

Em entrevista à comunicação da AgroGlobal, o presidente do conselho executivo da FEA, José Mateus Ginó, afirma que a área de vinha própria da FEA cresceu de 301 hectares, em 2008, para 594 hectares, em 2018.

“No próximo ano esperamos estar a explorar 1.000 hectares de vinha, contando também com a contratação de uvas a outros produtores. Um crescimento muito grande que vem dar resposta à enorme procura das nossas marcas de vinho. As três marcas principais que dão suporte a esta estratégia são: EA, Cartuxa e Pera Manca (este último comercializado apenas nos anos de qualidade excepcional)”, diz José Mateus Ginó.

O presidente do conselho executivo da FEA adianta que, em 2018, as vendas entre mercado nacional e exportação equivalem-se — 50% para cada —, contudo o histórico é de “predominância do mercado nacional, com 55% a 60% do valor de vendas. Trabalhamos com cerca de 20 mercados internacionais e, à semelhança do que se passa com a generalidade dos vinhos nacionais, existe uma dependência grande de um reduzido número de mercados, nomeadamente, Angola, Brasil e EUA”.

Investimento de 50 M€

Aquele responsável refere ainda que, nos últimos 10 anos, a FEA investiu 50 milhões de euros e tem um projecto lançado para “crescer e responder de forma cada vez mais eficaz aos mercados, valorizando as marcas da FEA”.

“Edificámos 2 novas adegas, são centros de vinificação dos mais modernos que podemos encontrar em todo o mundo; investimos na plantação de novas áreas de vinha, na plantação de olivais; na edificação de um lagar e na criação de marcas que suportam a comercialização de azeite embalado. Mais recentemente plantámos amendoal que entrará brevemente em produção“.

Valorizar o azeite

Quanto à actividade da olivicultura, Ginó refere que “o fenómeno marca não é tão evidente no azeite como é no vinho, nós percebemos isso cedo, e a nossa estratégia de vendas do azeite passa por dar o contributo que entendemos necessário para que o consumidor possa perceber que os azeites também são diferentes entre si”.

“Num futuro mais ou menos próximo poderemos encarar o azeite pelas especificidades que cada uma das marcas nos pode aportar e deixar de olhar para este produto como um tempero ou simples gordura vegetal. Temos que valorizar o que fazemos de diferente no azeite, à semelhança do que fizemos no vinho”, acrescenta aquele responsável.

Duplicar o olival

Mas, o azeite é também uma forte aposta da FEA. Tudo por causa de Alqueva. “O facto de termos disponível no Alentejo o recurso água põe-nos pela frente a hipótese de vir a desenvolver um investimento futuro onde o olival tenha uma preponderância maior na estrutura produtiva da FEA”.

“Detemos actualmente 280 hectares de olival, laborando exclusivamente azeitona da nossa produção, mas podemos, num futuro próximo, vir a duplicar a nossa área de olival”, garante o presidente do conselho executivo da FEA.

Marca própria na amêndoa

O vinho e o azeite não chegam para esta produtora alentejana. Assim, a FEA avançou para a plantação de amendoal com uma área significativa — 140 hectares.

“Temos, por isso, que ser eficazes na exploração deste novo negócio. Os pomares da primeira fase de plantação estarão em produção plena este ano e os da segunda fase em 2019. É nossa vontade vir a ter também na amêndoa uma marca que nos identifique e que chegue ao consumidor final”, salienta José Mateus Ginó.

Aquele responsável acrescenta no entanto que “estamos longe disso, ainda é apenas um sonho. Há que perceber se temos a dimensão crítica para dar esse salto, eventualmente podemos vir a concluir que é necessário investir no aumento da área de amendoal. É um estudo que estamos a desenvolver, todos nós (no Alentejo) estamos muito no início desta aventura”.

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