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Exportadores de vinho pedem “medidas concretas e urgentes” ao Governo devido ao aumento dos custos

A direcção da Anceve – Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas pede ao Governo “medidas concretas e urgentes”, devido ao aumento continuado dos preços das matérias-primas, dos materiais de engarrafamento, dos transportes e dos custos em geral. Aqueles empresários pedem apoio à tesouraria — sem juros —, menos impostos no gasóleo agrícola, apoio ao investimento em barricas/tonéis de madeira para estágio de vinho, entre outras medidas.

Diz a Associação que estes aumentos estão “a levar inúmeros pequenos e médios produtores, que constituem o grosso do tecido empresarial da fileira vitivinícola, à beira da falência”, alertando que “esta situação acontece no preciso momento em que se inicia uma nova vindima”.

Já a 20 de Julho a Anceve dizia ser “urgente e imperioso que o Governo aceite agilizar um plano extraordinário de apoio à fileira do vinho, um sector que leva longe o nome de Portugal mas está a ficar estrangulado pelo aumento brutal dos custos”, realçando que “os produtores apenas conseguiram subir os seus preços de venda em cerca de 10%, pelo que a esmagadora maioria irá apresentar enormes prejuízos no final do ano, se lá conseguirem chegar”.

Hoje, 3 de Agosto, a Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas, em comunicado de imprensa, volta a realçar os problemas com que o sector se debate frisando que a “fileira vê com tristeza que o Ministério da Agricultura, que deveria facilitar e apoiar o desenvolvimento do sector, é hoje uma estrutura fragilizada (que perdeu para outros Ministérios pilares históricos, tradicionais e fundamentais da sua actuação), excessivamente burocratizada, despojada de estratégia e sem rumo”.

Um Ministério da Agricultura que “deveria ter força para impedir as cativações financeiras que vêm retirando muitos milhões de euros dos cofres do IVV [Instituto da Vinha e do Vinho]e do IVDP [Instituto dos Vinhos do Douro e Porto], dinheiro do sector que deveria ser investido na promoção internacional dos vinhos de Portugal”, diz o mesmo comunicado.

Apoios urgentes

Assim, para a Anceve, presidida por Paulo Amorim, “é urgente e imperioso que, neste momento tão dramático e excepcional, o Governo aceite agilizar um plano extraordinário de apoio à fileira do vinho, um sector que leva longe o nome de Portugal mas está a ficar estrangulado pelo aumento brutal dos custos”.

São esses os apoios pedidos:

  • Apoio à tesouraria, sem juros, para que Adegas Cooperativas e compradores de uva possam pagar aos vitivinicultores as uvas logo após a vindima e devolver o apoio ao longo de 2023;
  • Quando ao preço dos combustíveis disparou. O gasóleo agrícola, um produto tão sensível para o agro-alimentar, subiu de €0,83 para quase €1,80 o litro. “Não faz sentido que o Estado cobre tantos impostos nesta área. Deveria ser implementado um reforço do apoio nesta matéria”;
  • Apoio ao investimento em barricas/tonéis de madeira para estágio de vinho (em 2021 existiu um apoio para inox);
  • No que diz respeito ao vidro, a Associação pede apoio para a “stockagem” de garrafas (dada a escassez no mercado e o aumento continuado dos preços), a enquadrar legalmente, em diálogo com a União Europeia;
  • Quanto à promoção, no âmbito dos programas de promoção de vinho, a Anceve propõe a criação de uma linha específica para pequenas e médias empresas, com “candidaturas muito simples e apoios forfetários” à imagem do Vitis (regime de apoio à reestruturação e reconversão das vinhas), para realização de acções de promoção a partir de Janeiro de 2023, medida a enquadrar legalmente, também em diálogo com a União Europeia.

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