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Exportações de pequenos frutos crescem 2,1% entre Janeiro e Agosto de 2020

A pandemia de Covid-19 deu a volta aos planos dos produtores agrícolas. Mas não parou o crescimento das exportações. Dedicada à produção e comercialização de pequenos frutos, a Lusomorango, a maior Organização de Produtores (OP) da fileira das frutas e legumes, continua a exportar mais de 95% da sua produção tendo registado, no ano passado, um volume de negócios acima dos 65 milhões de euros.

Não sendo imune às actuais circunstâncias impostas pela pandemia que, numa primeira fase, impôs sérias e graves restrições às transacções comerciais, os 42 associados desta OP conseguiram fazer frente aos constrangimentos e manter a rota do crescimento.

Crescimento de 2,1%

Uma tendência registada na globalidade do sector dos pequenos frutos, framboesa, morangos, mirtilos e amoras. De acordo com as últimas estatísticas publicadas pelo Instituto Nacional de Estatística, as exportações de pequenos frutos cresceram 2,1% em valor entre Janeiro e Agosto de 2020, atingindo 178,7 milhões de euros acima dos 175 milhões registados no mesmo período homólogo de 2019.

Em termos de quantidade, este crescimento foi menor (+0,6%) chegando às 29,7 mil toneladas. Isto é, o sector foi capaz de valorizar a sua produção. Os pequenos frutos mantêm-se, assim, como os campeões das exportações de frutas e legumes nacionais.

Aumento de custos

“Apesar das grandes dificuldades que sentimos e que continuamos a sentir ao longo deste período marcado pelo contexto de pandemia, e que incluem, entre outras, o aumento de custos de produção e de logística, a Lusomorango e os seus produtores conseguiram dar uma resposta competitiva à procura dos mercados externos. Não só porque, em tempos de maior insegurança, os consumidores europeus continuam a confiar na qualidade e segurança alimentar dos pequenos frutos portugueses, como os produtores conseguiram agilizar processos para responder à maior procura” diz Luís Pinheiro, presidente do conselho de administração da Lusomorango.

E aquele responsável não esquece o papel fundamental da entrada em vigor da portaria que, no passado mês de Abril, em pleno confinamento dos principais mercados mundiais e europeus, estendeu ao sector dos pequenos frutos o mecanismo europeu de retirada de produto do mercado, por forma a fazer face às dificuldades de escoamento de produção e de quebra generalizada nas vendas e nos preços que, então, se verificaram.

“Este instrumento europeu foi de extrema importância para assegurar a sobrevivência do sector dos pequenos frutos. Sendo certo que compensação financeira aos produtores não cobriu os custos de produção, permitiu manter o emprego e a capacidade produtiva, o que foi essencial para assegurar que, terminado o shutdown dos principais mercados de destino dos nossos frutos, conseguíssemos responder à procura”, salienta Luís Pinheiro.

Revés nas exportações?

Ainda assim, diz ser importante sublinhar que “o pior pode ainda não ter passado. Sendo certo que o mês de Agosto foi muito interessante para as exportações de pequenos frutos, com um crescimento na ordem dos 20%, a verdade é que o mês anterior, já de maior normalidade em termos de maior actividade económica, mostrou um comportamento muito negativo, tendo as exportações caído quase 7%. Isto significa que o sector tem de estar atento e pronto para a possibilidade de um novo revés nas exportações”.

A nível nacional, a categoria de mirtilos foi o principal motor do crescimento das exportações de pequenos frutos, observando um crescimento de 39,5% em valor (28,9 milhões de euros, no total) durante os primeiros oito meses de 2020.

A amora também teve um contributo muito positivo para as exportações do sector, registando vendas ao exterior na ordem de 11,3 milhões de euros (+ 10,2% do que no mesmo período de 2019). A framboesa continua a ser o principal campeão das exportações desta fileira, alcançando vendas de 127,5 milhões de euros entre Janeiro e Agosto deste ano ainda assim um valor 1,9% abaixo do registado no período homólogo.

O morango foi a categoria mais penalizada, observando uma quebra de 22,2% no valor das vendas ao exterior (que caiu de 13,4 milhões de euros para 10,4 milhões no mesmo período).

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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