A ex-directora-geral adjunta da FAO — Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, Maria Helena Semedo, considera que os sistemas pastoris ” são excepcionalmente eficientes do ponto de vista hídrico. A mobilidade dos pastores permite-lhes utilizar áreas mais secas durante a estação das chuvas e áreas mais húmidas durante a estação seca. O pastoreio favorece também a recarga dos aquíferos”.
Por outro lado, “as espécies forrageiras locais, eficientes em termos de água e tolerantes ao calor e à seca, são fundamentais para o avanço dos esforços de restauração agrosilvopastoril. A integração de leguminosas pode melhorar a quantidade e a qualidade da forragem, contribuindo para aumentar a fertilidade do solo, bem como para restaurar pastagens que possam suportar condições agroecológicas adversas e elevadas taxas de crescimento animal”.
No seu artigo, publicado na edição nº 31 da publicação Cultivar – Cadernos de Análise e Prospectiva, dedicada ao sequeiro, Maria Helena Semedo acrescenta que “a incorporação de vegetação lenhosa aumenta a disponibilidade de alimentos para os animais e reduz o impacto da seca. Por exemplo, através do programa de Acção Contra a Desertificação de apoio à Grande Muralha Verde de África, os agricultores restauraram os seus sistemas agrosilvopastoris com mais de 50 espécies locais, incluindo árvores, arbustos e gramíneas”.
Para a ex-directora-geral adjunta da FAO, “a gestão da escassez de água nos sistemas de sequeiro deve ter como objectivo a combinação de práticas que conservem a água no solo e na paisagem, promovam a utilização sustentável e a recuperação de biodiversidade (espécies, variedades e ecossistemas) adaptada e resistente à seca e à precipitação prevista, e que considerem alternativas às culturas e/ou uma conjugação com a pecuária e a silvicultura em sistemas agroflorestais ou silvo-pastoris”.
Sessão de debate
Com o objectivo de promover uma reflexão alargada sobre o tema do sequeiro, o GPP vai realizar uma sessão de debate a 28 de Outubro. A sessão realiza-se nas instalações do GPP em Lisboa, com transmissão em directo no canal GPP no YouTube, aqui. Consulte o programa da sessão aqui.
Para participação presencial, inscreva-se preenchendo o formulário disponível aqui, até 24 de Outubro.
Os interessados podem colocar questões, remetendo-as até 24 de Outubro para: cultivar@gpp.pt.
Pode consultar a edição nº 31 da publicação Cultivar – Cadernos de Análise e Prospectiva aqui.
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