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Estudo do Novo Banco: PAC 2023-27 vai ser “mais exigente na sustentabilidade”. Estratégia da agricultura portuguesa tem de incluir Pacto Ecológico

A estratégia para o sector agrícola português deverá incluir os objectivos do Pacto Ecológico da União Europeia. A nova Política Agrícola Comum (PAC) 2023-27 vai ser mais exigente na sustentabilidade e mesmo os consumidores vão dar uma maior importância aos impactos ambientais de tudo o que comem.

Estes são alguns dos alertas do estudo do Novo Banco, “A Economia da Terra em Portugal — Caracterização e Desafios”, apresentado passada quarta-feira, 9 de Junho, na Feira Nacional de Agricultura/Feira do Ribatejo, em Santarém. 

O estudo, realizado pelo Departamento de Desenvolvimento e Activação a Estratégia do Novo Banco, realça que o Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) está mais focado na indústria do que na agricultura. Mas as empresas do sector poderão beneficiar de apoios à capitalização, digitalização e inovação.

Segundo o estudo, os sectores da Economia da Terra têm um peso de 7% no valor acrescentado bruto (VAB) das empresas, tendo o peso do sector primário estabilizado em torno de 2% do PIB destacando-se na produção agrícola as frutas, hortícolas e vinho.

“Consideram-se como parte da Economia da Terra as actividades ligadas à agricultura, à silvicultura e floresta, à indústria alimentar com base terrestre, à indústria de matérias-primas têxteis vegetais e animais e à indústria de madeira, cortiça e afins”, explicam os autores do estudo.

Economia da Terra representa 7% do VAB total

E acrescentam que o VAB gerado pelas empresas no conjunto destes sectores representa 7% do VAB total das empresas portuguesas, destacando-se a indústria agroalimentar e a actividade agrícola e pecuária. Nos 5 anos anteriores à pandemia da Covid-19, este indicador registou um crescimento médio anual (nominal) de 6.4%. Na agricultura, destaca-se a produção de frutas, hortícolas e vinho.

As empresas da Economia da Terra pesam mais de 6% no total nacional. Na agricultura, verifica-se a predominância de pequenos produtores, mas uma empresarialização com peso crescente.

Quanto ao emprego, a Economia da Terra tem peso de 4%-5% no emprego total. No sector agrícola regista-se um aumento do peso de trabalhadores assalariados. A “empresarialização aumenta qualificações, mas mão-de-obra é um desafio”, dizem os autores do estudo.

O sector agrícola conta com cerca de 290 mil explorações agrícolas, com predominância de micro e pequenos produtores. A superfície agrícola utilizada e a dimensão média das explorações têm, contudo, vindo a aumentar (no segundo caso, de 12ha para 14ha nos últimos 10 anos).

Emprego é pouco qualificado

A “maioria do emprego é pouco qualificado e exibe uma tendência de envelhecimento. Mas tem diminuído o peso da agricultura familiar e aumentado o peso das empresas e do número de trabalhadores assalariados”, refere o estudo acrescentando que os responsáveis das empresas têm qualificações mais elevadas notando-se um aumento da especialização produtiva.

O investimento na Economia da Terra registou um crescimento médio anual (nominal) de 9,6% nos 5 anos até à pandemia de Covid-19, tendo a agricultura um peso do investimento no VAB superior à média.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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