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Estudo da UE. Estratégia do Prado ao Prato. Diminuição de pesticidas leva a menos pastagens, menor efectivo bovino e aumento de preços dos alimentos

A criação de bovinos na União Europeia pode cair cerca de 14% e a produção de leite registar uma queda de 10%, ao mesmo tempo de o preço da carne de vaca pode aumentar 24%. A redução do uso de fertilizantes em pelo menos 20% terá um grande impacto no sector pecuário, com o efectivo a ser reduzido. Estas são algumas das conclusões do Joint Research Centre, num relatório sobre o impacto das medidas da Estratégia Do Prado ao Prato proposta pela Comissão Europeia.

Por outro lado, as medidas da Estratégia Do Prado ao Prato podem resultar num aumento de 43% nos preços da carne suína, num aumento de 18% no preço da carne de aves, que levaria a uma maior receita total para os produtores, se o mercado europeu não fosse invadido por importações.

O Joint Research Centre, serviço científico de investigação da Comissão Europeia que fornece aconselhamento científico independente e apoio às políticas da UE, prevê que os preços da carne, em geral, aumentem entre 17% a 38%, “aumentando significativamente a renda dos produtores de carne bovina, suína e de aves, e aumentando a renda do criador médio de carne de ovino e caprino em cerca de 6%”.

Mas, ao mesmo tempo, aqueles cientistas dizem que estes aumentos acentuados de preços levam ao aumento das importações, realçando que esta “não é uma avaliação exaustiva” dos impactos da Estratégia e que os cenários analisados não incluem as importações.

Copa-Cogeca diz que UE quer “encobrir os resultados”

A Copa-Cogeca, representante dos agricultores europeus, já alertou para o facto deste relatório ter sido publicado “em plenas férias de Verão férias, com o objectivo de encobrir os resultados”, acrescentando que aquele “destaca os erros e prejuízos” que o Pacto Ecológico acarretará.

“Raramente um relatório foi tão cuidadoso para evitar dizer o que tem a dizer: quaisquer que sejam os cenários considerados, o efeito destas estratégias será uma redução sem precedentes da capacidade de produção da UE e dos rendimentos dos seus agricultores. Na verdade, é revelado que a maior parte da redução nas emissões agrícolas alcançada com essas estratégias será apagada por um vazamento de sustentabilidade para países terceiros resultante dessa perda de produção”, realça a Copa-Cogeca.

A direcção da Copa-Cogeca acolhe com agrado este relatório e refere que “as lições aprendidas neste relatório são importantes do ponto de vista político”. “Qualquer que seja o cenário considerado, todos os sectores apresentam quedas de produção entre 5% e 15%, sendo a pecuária o mais afectado”, realçam aqueles agricultores europeus.

Cereais

Já nos cereais, o Joint Research Centre prevê que o rendimento do sector na UE deverá diminuir substancialmente (26%), devido a uma queda de 11% nos rendimentos dos agricultores e a uma redução de 4% da área plantada, com o aumento dos preços dos grãos (8,2%) e a redução dos custos de produção (1,6%) insuficientes para compensar a queda das receitas.

Impactos menores foram previstos para as hortaliças e culturas permanentes (frutos, vinhas, olival), com um aumento de preço de 15% quase compensando uma queda na produtividade, mas com os custos de produção a aumentarem deixando as receitas gerais reduzidas em 5%.

Embora as áreas das hortaliças e culturas permanentes devam permanecer estáveis, a oferta cai 12% devido à queda na produtividade, acrescenta o Joint Research Centre.

Pode consultar o relatório completo aqui.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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