A Estação de Avisos de Entre Douro e Minho acaba de publicar a sua Circular 03/2022 na qual alerta os agricultores para várias doenças da vinha, do kiwi, dos mirtilos, das pomóideas, das prunóideas, da nogueira e das plantas ornamentais.
Refere aquela Estação de Avisos, quanto à escoriose americana que o estado predominante da vinha na Região é ainda o gomo de Inverno (A), embora a maioria das videiras apresentem já cerca de 25% dos gomos no estado B (gomo de algodão).
A temperatura do solo na Região atingiu já, em média, 10,5oC, o que confirma o fim da dormência da vinha, prevendo-se o acelerar da sua rebentação e desenvolvimento. Excepcionalmente, observam-se já as primeiras pontas verdes – C – e até saída de folhas – D – em castas como Alvarinho e Loureiro, em alguns locais.
Acrescenta a Circular que a vinha é mais sensível à escoriose no período que decorre entre os estados fenológicos C e E. Mas que, de modo geral, ainda é cedo para tratar. No entanto, algumas vinhas mais adiantadas podem eventualmente ser tratadas agora contra esta doença.
Tratamento
Nas vinhas e parcelas mais afetadas, recomenda-se a realização precoce de um ou dois tratamentos. Uma das modalidades passa por um único tratamento, quando a vinha apresentar 30% a 40% dos gomos no estado fenológico D (saída das folhas),
Nesta modalidade, deve aplicar um fungicida à base de azoxistrobina ou fungicidas mistos com folpete+fosetilalumínio, azoxistrobina+folpete, metirame+piraclostrobina ou ditianão+fosfanatos de potássio, realça a Estação de Avisos de Entre Douro e Minho.
Ou pode optar por dois tratamentos. Primeiro quando a maioria das videiras estiver no estado fenológico D (saída das folhas) e o segundo quando as videiras apresentarem 30% a 40% dos gomos no estado fenológico E (folhas livres).
Em cada um dos tratamentos da segunda modalidade, deve utilizar um fungicida simples à base de enxofre, folpete, metirame ou um misto, à base de metirame+piraclostrobina ou ditianão+fosfanatos de potássio.
A mesma Circular alerta no entanto que “ainda muito cedo para qualquer tratamento contra o míldio”.
Mirtilos
Já nos pequenos frutos aquela Estação de Avisos Agrícolas alerta para a podridão cinzenta (Botrytis spp.) nos mirtilos. Os períodos de pré-floração e floração são de grande sensibilidade das plantas de mirtilo à Botrytis. Com chuva e humidade elevada (90%), estão criadas as condições para contaminações e desenvolvimento da podridão, ainda que as temperaturas sejam baixas (<10oC).
Aconselham assim os técnicos da Estação de Avisos de Entre Douro e Minho a manter a vigilância, principalmente nas variedades sensíveis, sobretudo se se previrem ou ocorrerem períodos de chuva. Para combate à Botrytis em mirtilo, estão homologados diversos fungicidas.
Pode ler a Circular 03/2022 aqui.
Agricultura e Mar