O EWA – Empowering Women in Agrifood, um programa da principal iniciativa de inovação alimentar da União Europeia, EIT Food, destinado a apoiar as mulheres portuguesas e europeias a desenvolver os seus negócios de sucesso na área agroalimentar, realiza-se pela primeira vez em Portugal será.
Sendo a falta de representação feminina em cargos de chefia um problema que afecta o empreendedorismo, a BGI – Building Global Innovators, em parceria com o EIT – Instituto Europeu da Inovação e da Tecnologia, procura combater estes obstáculos e ajudar as mulheres portugueses a revelar os seus talentos, a desempenhar cargos de liderança e a responder aos desafios que o sector agroalimentar enfrenta em pleno século XXI.
O programa abriu candidaturas no início de Maio e irá decorrer até Novembro, incluindo sessões de formação online personalizadas e acesso a vários recursos para melhorar as competências das candidatas.
As beneficiárias terão a oportunidade de ganhar um prémio de até 10.000 euros. As candidaturas poderão ser submetidas até o dia 15 de Junho, na plataforma F6S.
Entraves
O sector alimentar e agrícola são tradicionalmente masculinos. De acordo com o EIT, apenas 28% das explorações agrícolas da União Europeia são geridas por mulheres. Muitas delas acreditam que a liderança e o empreendedorismo simplesmente não são para elas. Porém, as empreendedoras que querem desenvolver os seus próprios projectos enfrentam algumas barreiras: falta-lhes mentoria, não possuem a confiança dos seus colegas ou carecem de apoio económico.
Além disso, Begoña Pérez-Villarreal, directora do EIT Food no Sul da Europa, salienta que programas como estes são mais necessários do que nunca. “A situação pode piorar devido à pandemia do Covid-19. O encerramento das escolas e dos centros de idosos aumenta a demanda por cuidados às famílias e esse cuidado geralmente recai sobre as mulheres. Muitas delas podem ver as suas actividades e os projectos em risco devido a essa necessidade de cuidados”.
Tornar sistema alimentar mais resiliente a eventuais futuras pandemias
Também a project manager do EIT Food em Portugal, Cláudia Carocha, salienta a importância deste tipo de iniciativas. “Durante o estado de emergência, tivemos a oportunidade de ver um crescimento de soluções de entrega online alimentar e a adaptação de muitos pequenos e médios produtores a este novo canal de entregas. Este programa tem o objectivo tornar o sistema alimentar mais resiliente a eventuais futuras pandemias, através do desenvolvimento de soluções mais sustentáveis, mais saudáveis e que acima de tudo, coloquem o consumidor no centro da cadeia mantendo as melhores condições para os produtores”.
A divisão agroalimentar do EIT está consciente dos actuais desafios enfrentados pelo sector agroalimentar está determinada a suprimi-los, com a ajuda de vários parceiros em Portugal, em Espanha, na República Checa, na Roménia e na Turquia.
Um programa gratuito em 4 fases
O programa abriu candidaturas no início de Maio e irá decorrer até Novembro, incluindo sessões de formação online personalizadas e acesso a vários recursos para melhorar as competências das candidatas.
Tendo em conta as circunstâncias condicionadas pela pandemia do Covid-19, a maioria do programa irá desenrolar-se virtualmente. Serão realizadas sessões de mentoria por parte de profissionais da área, de experts de negócios e de empreendedores de sucesso.
Além disso, o programa dará às participantes acesso exclusivo a uma vasta rede de contactos, através da participação em eventos com stakeholders de alto nível, mentores, bem como outras empreendedoras do ecossistema da agroalimentação.
Finalmente, as candidatas poderão habilitar-se a ganhar um prémio até 10.000 euros, bem como acesso a investidores e a business angels. As candidaturas poderão ser submetidas até o dia 15 de Junho, na plataforma F6S, aqui.
Requisitos
Para ser elegível, as candidatas deverão cumprir os seguintes critérios:
● Ser mulher com uma ideia ou um negócio no sector agroalimentar;
● Ser residente em Portugal;
● Ter recebido menos de 30.000 euros em financiamento público e privado;
● Comprometer-se a participar no programa e respectivos eventos;
● No caso de possuir uma empresa, esta não deverá ter mais de 2 anos.
Agricultura e Mar Actual