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Eduardo de Oliveira e Sousa recandidata-se à presidência da Confederação dos Agricultores de Portugal

A CAP — Confederação dos Agricultores de Portugal vai a eleições. A assembleia eleitoral, prevista para 22 de Abril, foi adiada, para uma data que “ainda não é possível definir”. Mas a corrida à presidência continua. Eduardo Oliveira e Sousa, actual presidente, recandidata-se e escreveu uma carta aos associados e lançou um “Manifesto Eleitoral 2020”.

A dinâmica do lema …A agricultura não pára… não se esgota com o aliviar dos efeitos da pandemia. Pelo contrário, tem de criar raízes fortes para que um dia cheguemos aos desejados frutos – a confiança e a preferência do consumidor. É um investimento grande que temos que fazer, talvez mesmo a derradeira oportunidade de aproximação ao mundo urbano que agora percebe (espero eu) a verdadeira importância da agricultura.

“Faz hoje [19 de Abril] três anos que fui eleito presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal, a nossa Confederação. Constituiu para mim um grande desafio, mas principalmente uma enorme honra. Não deixou também de ser de algum modo uma surpresa, uma vez que nos anos anteriores tinha-me afastado um pouco das lides de dirigente associativo, que foi, de facto, aquilo a que mais me dediquei desde que em 1983 assumi a direcção da Associação de Regantes do Vale do Sorraia”, diz Eduardo Oliveira e Sousa.

E na carta enviada a todos os associados diz que “de um momento para o outro a vida parece ter ficado suspensa, mas não ficou. E é exactamente porque não está suspensa que as consequências da paragem e do desmoronar de parte significativa da economia, vão trazer mudanças à sociedade que não vislumbramos ainda”.

O actual presidente da CAP salienta que “de qualquer forma não podemos parar. Tal como o lema que lançámos… “A agricultura não pára”…, também a CAP não pára, as nossas vidas não vão parar, o Mundo não vai parar. Importa por isso irmos perspectivando o que pensamos para esse futuro novo que agora começa”.

Bruxelas, União Europeia e PAC

No que diz respeito à nova Política Agrícola Comum (PAC), Eduardo Oliveira e Sousa diz que “se o tempo não tivesse ditado a situação em que nos encontramos, estou em crer que no Verão teríamos novidades sobre o orçamento da União”.

Seguir-se-ia, “provavelmente durante a presidência portuguesa”, no primeiro semestre de 2021, a aprovação da “nova” PAC e a sua nova arquitectura. “Penso que os calendários possam eventualmente manter-se, tenho dúvidas é de como serão as conclusões de um e de outro”.

“Com as negociações do orçamento suspensas, o que virá a seguir poderá trazer-nos uma realidade completamente diferente, com prioridades e regras que neste momento desconhecemos em absoluto. No que respeita à PAC a dúvida é semelhante. Sem orçamento da União e com um mundo modificado, não vislumbro o que poderão ser as linhas mestras da, (agora sim) nova PAC para 2021-2027”, escreve o actual presidente da CAP.

“A nível europeu há ainda dois outros assuntos, muito actuais, que seguramente se manterão na ordem do dia, mas que serão também reequacionados. O roteiro para a descarbonização da economia e o Green Deal, da Sra. Ursula von der Leyen, actual presidente da Comissão”, frisa o presidente da CAP.

Agricultura e ambiente

“Neste momento que atravessamos, os assuntos relacionados com o ambiente parece estarem adormecidos. É seguramente falso. Adormecidas estarão as polémicas e as posições mais ou menos pró, mas seguramente que assim que a actividade política recomeçar a adquirir alguma normalidade, voltarão, quiçá com força e argumentos acrescidos, na sequência da aparente melhoria do planeta, evidenciada nas imagens e informações que nos chegam, fruto do forte abrandamento industrial e dos transportes a nível global”, diz o presidente da CAP.

Outra grande alteração que seguramente irá verificar-se no Mundo, diz Eduardo Oliveira e Sousa, será a forma como funcionarão os mercados. “A intensificação da globalização das ultimas décadas fomentou uma concorrência sem paralelo na história da humanidade. Os produtos literalmente voavam de um lado para o outro, quase como se fosse a coisa mais natural do Mundo. Em todo o lado se encontrava de tudo e do mesmo. Uniformizaram-se padrões de gosto, de consumo, de preferências. Do vinho às saladas, da carne às flores, dos animais vivos aos frutos secos, da fruta aos queijos, tudo tinha mercado, concorrência e oportunidades. Uma economia fervilhante, proporcionando negócio e prosperidade”.

“Tudo isso, de um momento para o outro, está posto em causa”, diz aquele agricultor. E acrescenta que “esta nova realidade que agora vivemos posiciona a produção de alimentos em discussões a que se dava, desde há anos, pouca importância, como sejam o auto-aprovisionamento, as reservas estratégicas, a auto-suficiência ou os mecanismos de intervenção. Tudo vai voltar a ser colocado nas mesas das negociações, na construção de novas políticas e definição de prioridades”.

Pecuária

Eduardo Oliveira e Sousa refere que “também a pecuária enfrenta enormes desafios. Tal como a floresta, os efeitos da seca e a nova vaga de “ismos”, como o “vegetarianismo”, o “veganismo” e o “animalismo”, colocaram os produtores de produtos de origem animal num injusto dilema”.

“Sabemos que a pecuária é, não só fundamental como sustento económico de milhares de produtores, como uma actividade indispensável como ferramenta de gestão do território. O valor económico da pecuária é um dos pilares da economia do sector agro, razão porque também por esse motivo o sector necessita de se posicionar perante o País como indispensável, o que é muito mais fácil dizer do que fazer”, realça aquele responsável.

Pode ler o Manifesto Eleitoral completo aqui.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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