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Director-geral do GPP: “produtividade do capital fixo na agricultura parece estar a descer”

“A produtividade do capital fixo na agricultura parece estar a descer, sobretudo em comparação com o resto da economia. Os instrumentos tradicionais de investimento tendem a introduzir um enviesamento no sentido do investimento em capital fixo, porque pago parcialmente por apoios públicos, em detrimento da utilização de serviços de investimento (em transporte, armazenagem, máquinas, tecnologia digital, …), que reduzem custos mas são pagos pelos investidores”.

A frase é do director-geral do GPP — Gabinete de Planeamento Políticas e Administração Geral, do Ministério da Agricultura, e está expressa na edição n.º 25 da publicação Cultivar – Cadernos de Análise e Prospectiva, dedicada ao tema do investimento na agricultura.

Para Eduardo Diniz, “esta questão é tanto mais pertinente quanto se verifica uma tendência na restruturação do perfil de investimentos e da sua relação com os consumos intermédios. Com efeito, a externalização de serviços leva a uma transferência do investimento em equipamentos para soluções de contratação externa. Esta tendência começa a verificar-se no terreno e surge da racionalidade, eficiência e flexibilidade sentidas pelos agricultores, sendo promotora de ganhos económicos e ambientais”.

Assim, “sem prejuízo dos benefícios que decorrem do incentivo ao investimento que não se realizariam por falhas de mercado, o seu figurino tradicional, quer na programação, quer na gestão destes apoios necessita de transformações. Essa é uma conclusão que se pode tirar do conjunto dos artigos deste número, que evidenciam as fragilidades do modelo actual e a necessidade e capacidade de os agricultores procurarem respostas e caminhos alternativos”, acrescenta aquele responsável na publicação do GPP.

O director-geral do GPP questiona mesmo: “o sentido dessas necessárias mudanças não será tão consensual. É possível melhorar o quadro existente, isto é, consegue a administração fazer a triagem adequada de projectos a apoiar, excluindo quer projectos que são eficientes do ponto de vista privado (valor líquido actualizado positivo face ao custo privado), mas não do público (valor líquido actualizado negativo), quer projectos que se realizariam de qualquer modo (mesmo sem apoio)?”.

Pode ler a edição n.º 25 da publicação Cultivar aqui.

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