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Director-geral da Energia garante que falta pouco para se poder instalar uma energy box nos condomínios

Instalar uma energy box, num condomínio, para fazer o carregamento de um veículo eléctrico, e associar um cartão à factura da electricidade assumindo o custo desse carregamento específico, sem prejudicar outros condóminos, será possível num futuro próximo. Este foi um dos exemplos apontados por Carlos Almeida, director-geral da Energia e Geologia, a propósito das vantagens associadas ao novo modelo para comercialização de electricidade da mobilidade eléctrica, debatido dia 25 de Novembro, na conferência “Os desafios da mobilidade eléctrica”, dinamizada pela CERTIEL – Associação Certificadora de Instalações Eléctricas.

De acordo com o responsável da Direcção-Geral de Energia e Geologia, as últimas alterações legislativas introduzidas ao Decreto-Lei 39/2010, responsável pela regulamentação da mobilidade eléctrica, visam ultrapassar alguns dos principais constrangimentos com que os utilizadores e veículos eléctricos se deparam actualmente. Uma dessas dificuldades passa pelo pagamento da energia consumida no carregamento em contexto doméstico, quando há mais utilizadores, ou quando o ponto de carregamento não pode estar fisicamente associado ao seu contador de energia.

Com um cartão associado ao seu fornecedor de energia doméstico, passado na energy box antes do carregamento, o utilizador pode fazer o respectivo pagamento, que é directamente debitado na sua factura de electricidade. Carlos Almeida refere que este modelo permite igualmente a criação de uma espécie de cartão frota, que permitirá a um colaborador que utilize um veículo eléctrico da empresa, carregá-lo em sua casa, sendo o custo assegurado pela empresa titular do veículo.

Mobilidade eléctrica é para crescer

Para Carlos Almeida “a mobilidade eléctrica está aqui para crescer e para ficar”, destacando que “o número real de veículos eléctricos é superior ao cenário base previsto”. O director-geral da Energia e Geologia acredita que “vai haver um shift” em que os consumidores se vão retrair de comprar um veículo a diesel ou gasolina, com medo de não o conseguir vender no futuro ou de apenas o conseguir fazer por um valor mais baixo.

A nova solução para comercialização de electricidade para mobilidade eléctrica foi aplaudida por Rui Bica, responsável de produto i da BMW, que partilhou a visão da empresa no que respeita à mobilidade verde, destacando a aposta no BMW i3, um veículo projectado e concebido para ser 100% eléctrico. Face aos novos limites associados às emissões de dióxido de carbono, o responsável alertou que há marcas de automóveis que podem desaparecer, se não se adaptarem ao futuro. No que respeita à visão da BMW, Rui Bica partilhou que a marca conta já com cerca de 100 mil veículos electrificados.

Para Henrique Sanchez, presidente da UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Eléctricos, “vamos todos ser obrigados a mudar para o veículo eléctrico”, sustentando o seu ponto de vista com as alterações climáticas, e as limitações exigidas pelas cidades no que respeita aos níveis de ruído e de poluição. Londres foi um dos exemplos dados por Sanchez, como uma das cidades que actualmente cobra “taxas altíssimas” à circulação de veículos movidos a combustível fóssil, recordando que “os veículos eléctricos podem circular nessas zonas restritas aos restantes automóveis”.

De Lisboa a Marraquexe em carro eléctrico

O presidente da UVE partilhou ainda a sua experiência de utilização de um veículo eléctrico no dia-a-dia, que inclui uma viagem entre Lisboa e Marraquexe, de 2.721 quilómetros feitos num Nissan Leaf, entre carregamentos em cafés, hotéis, universidades e pontos de carregamento. Relativamente a especificações, Henrique Sanchez referiu que um veículo eléctrico é cinco vezes mais eficiente, com uma taxa de eficiência entre os 90% e 95%, face a 17% a 21% da eficiência apresentada por um veículo de combustão.

Já Paulo Lúcio, gestor de operações comerciais na EDP Distribuição, defendeu estar “convicto que as redes inteligentes são a chave para alcançar as metas propostas para mudança de paradigma na mobilidade eléctrica”. O responsável partilhou dados relacionados com a contagem da energia consumida, recordando a evolução dos contadores, desde os electromecânicos até aos contadores inteligentes, que asseguram vários serviços de forma remota.

Bicicletas eléctricas partilhadas em Lisboa

Fátima Madureira, directora de Mobilidade e Transportes da Câmara Municipal de Lisboa, destacou o empenho da autarquia na promoção da utilização de transportes públicos e de veículos eléctricos, tendo referido estar em curso um concurso para implementação de um programa de bicicletas eléctricas partilhadas para a cidade. A autarca teve oportunidade de explicar que as obras que estão a ser realizadas em Lisboa, não ocorrem em simultâneo por acaso, mas sim com vista à promoção de uma melhor mobilidade, na qual se inserem também os transportes públicos, referindo a necessidade de renovação da frota da Carris, que poderá passar pela via eléctrica.

A representante do Município de Lisboa salientou também a importância da renovação da rede piloto de mobilidade eléctrica, que está já em curso. De acordo com Fátima Madureira, em Lisboa essa renovação prevê a recolocação de pontos de carregamento, tendo em conta os locais em que têm maior procura, além da reparação ou substituição daqueles que estejam inoperacionais.

Sílvia Antunes, engenheira electrotécnica da CERTIEL, rematou que “a mobilidade eléctrica não vai parar, já que as necessidades do mercado têm pressionado as várias entidades a criarem soluções para o carregamento de baterias de vias públicas, mas essencialmente em espaços privados”.

A CERTIEL é uma associação certificadora, acreditada pelo Instituto Português de Acreditação, com funções de coordenação e competências reconhecidas na área eléctrica, com a missão de garantir a implementação das regras de segurança eléctrica e da permanente adequação à legislação em vigor.

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