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DGAV publica Plano de Contingência para praga prioritária Spodoptera frugiperda

A DGAV — Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária acaba de publicar o Plano de Contingência referente à praga prioritária Spodoptera frugiperda (Smith).

A denominação Laphygma frugiperda constitui um sinónimo que pode ser encontrado na literatura. Esta praga apresenta diversos nomes comuns, entre os quais se destacam: fall armyworm, corn leaf worm, légionnaire d’automne, cogollero del maíz, lagarta militar ou lagarta do cartucho do milho.

São conhecidos dois biótipos desta espécie: do milho e do arroz. Os insectos do biótipo do milho apresentam preferência pelas culturas do milho, sorgo e algodão, e os insectos do biótipo do arroz atacam sobretudo a cultura do arroz e algumas espécies de relva. Estes podem ser distinguidos por métodos moleculares com marcadores genéticos específicos.

Possivelmente pelas suas diferenças na preferência de hospedeiros, os dois biótipos apresentam também distribuições geográficas distintas, adianta o Plano, realçando que os insectos biótipo do milho, apresentam maior resistência a Bacillus thurigiensis e a alguns insecticidas, do que os do biótipo do arroz.

Principais plantas hospedeiras

Refere ainda o Plano que a Spodoptera frugiperda é uma espécie muito polífaga com mais de 350 potenciais hospedeiros de diversas famílias, nomeadamente, Poaceae, Asteraceae e Fabaceae, havendo registos de 186 espécies de plantas infestadas apenas nas Américas Central e do Norte. No entanto, apesar da sua vasta gama de hospedeiros, a praga manifesta preferências por algumas espécies vegetais, entre as quais se destacam: milho (Zea mays), soja (Glycine max), algodão (Gossypium hirsutum), arroz (Oryza sativa), cana-de-açúcar (Saccharum officinarum) e sorgo (Sorghum bicolor).

Algumas plantas ornamentais também podem ser afectadas, como é o caso dos crisântemos, cravos e gerânios.

“Apesar de não apresentarem importância económica, não devem ser descuradas como hospedeiras algumas espécies de infestantes. São estas que muitas vezes funcionam como fonte de alimento para o insecto nas épocas em que não há disponibilidade dos hospedeiros preferenciais”, frisa o mesmo Plano.

Medidas culturais

Ainda segundo o Plano de contingência, algumas medidas culturais para controlar esta praga no milho passam por:

  • Plantação de linhas de bordadura com milho, um mês depois da plantação do campo principal;
  • Plantação de algumas plantas mais altas que o milho no meio do campo para atrair adultos a colocar os ovos nelas e não na cultura em si;
  • Utilização de variedades precoces;
  • Consociação com feijoeiro ou soja;
  • Remoção de infestantes;
  • Remoção e destruição de resíduos das culturas;
  • Rotação com culturas não hospedeiras.

No entanto, a DGAV alerta que “estes métodos culturais não resultam para controlar a praga quando usados isoladamente, mas são medidas que usadas integradamente podem ajudar a minimizar o impacto que aquela pode ter”.

Com este Plano de Contingência para a Spodoptera frugiperda, “pretende-se agregar informações sobre o processo de tomada de decisão, os procedimentos e os protocolos a seguir, bem como os recursos mínimos a disponibilizar e os procedimentos para disponibilizar mais recursos em caso de confirmação oficial ou suspeita da presença da praga no território nacional”, refere a DGAV.

Pode ler o Plano de Contingência referente à praga prioritária Spodoptera frugiperda aqui.

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