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Detectado um caso de doença de “vaca louca” numa exploração agrícola na Inglaterra

As autoridades sanitárias do Reino Unido comunicaram na sexta-feira, 17 de Setembro, que foi detectado um caso de encefalopatia espongiforme bovina (BSE), conhecida como doença das “vacas loucas”, numa exploração agrícola no sudoeste de Inglaterra, em em Somerset.

Houve cinco casos confirmados de BSE no Reino Unido desde 2014. O caso agora detectado já foi comunicado à Organização Mundial da Saúde Animal e aos parceiros comerciais daquele país. No entanto, o Reino Unido continua a poder exportar carne bovina para outros países.

Segundo a APHA — Agência de Saúde Vegetal e Animal do Reino Unido, “um único caso de encefalopatia espongiforme bovina clássica (BSE) foi confirmado em uma fazenda em Somerset (…) O animal morreu e foi retirado da exploração. Não há risco para a segurança alimentar”.

Em linha com o plano de resposta de prevenção de doenças do governo britânico, foram colocadas em prática restrições de movimento preventivo para impedir o movimento de gado naquela área “enquanto novas investigações continuam para identificar a origem da doença”.

Segundo a Directora Veterinária, Christine Middlemiss, da APHA, “o animal morreu na exploração e foi testado como parte dos nossos controlos de vigilância de BSE. Foram colocadas em prática restrições de movimento na exploração. Este é o procedimento padrão até que tenhamos uma noção clara da origem da doença. Esta é mais uma prova de que o nosso sistema de vigilância para detecção e contenção desse tipo de doença está a funcionar”.

Reconhecendo que “este será um momento traumático para o agricultor” e que está pronta para “oferecer conselhos durante este período difícil”, realça que “o grau de risco geral do Reino Unido à BSE permanece controlado e não há risco para a segurança alimentar ou saúde pública”.

Já um porta-voz da Food Standards Agency garante que “existem controlos rígidos em vigor para proteger os consumidores do risco de BSE, incluindo controlos sobre a alimentação animal (…) os consumidores podem ter a certeza de que estas medidas de protecção permanecem em vigor e que os veterinários oficiais da Food Standards Agency e os inspectores de higiene da carne que trabalham em todos os matadouros na Inglaterra continuarão a garantir que a segurança dos consumidores continue a ser a principal prioridade”.

Doença das “vacas loucas”

A BSE apareceu pela primeira vez no Reino Unido em Novembro de 1986 e espalhou-se por muitos países europeus e depois no Mundo inteiro, através do uso de farinhas animais contaminadas. Suspeita de ser a fonte da nova variante da doença de Creutzfeldt-Jakob (CJD) em humanos, causou preocupação entre os consumidores e diminuiu as compras de carne bovina.

Segundo a DGAV — Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária, a Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como BSE ou doença das vacas loucas, é uma doença neurodegenerativa fatal, que, como o próprio nome indica, provoca lesões esponjosas no cérebro e na espinal-medula dos bovinos.

A BSE pertence a um grupo de doenças designadas por priónicas, no qual estão incluídas entre outras, a Scrapie (nos pequenos ruminantes), a Doença Emaciante Crónica dos Cervídeos (CWD), a Encefalopatia Transmissível dos Visons, a Encefalopatia Espongiforme dos Felinos e no caso do Homem, a Doença de Creutzfeld-Jakob (CJD) e o Kuru.

O agente que transmite a doença é designado por prião (do inglês proteinaceus infectious particle), e trata-se de uma proteína celular (PrPc) que a dado momento se pode modificar e tornar infecciosa (PrPsc).

E acrescenta que os bovinos infectados com BSE, manifestam alterações de comportamento (excitação, depressão, apatia, nervosismo, atitudes repetitivas, medo, agressividade), falta de coordenação motora (alterações de posicionamento da cabeça, tremores, quedas, decúbito, paralisias) e uma série de outros sintomas inespecíficos compatíveis com doenças do sistema nervoso central.

O período de incubação é extremamente longo, em média 4–5 anos, e após o aparecimento dos sintomas, a morte ocorre em poucos meses. Não existe, até ao momento, qualquer tipo de tratamento.

Saiba mais sobre a doença no site da DGAV aqui, ou no site da Organização Mundial de Saúde Animal, aqui.

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