A precipitação abundante, em conjugação com temperaturas amenas, proporcionaram condições favoráveis ao desenvolvimento vegetativo dos prados, pastagens e culturas forrageiras, observando-se um forte aumento da matéria verde, referem os técnicos do Instituto Nacional de Estatística (INE), no Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Março de 2021.
E acrescentam que na maioria das explorações pecuárias de regime extensivo, as necessidades forrageiras das diferentes espécies foram totalmente satisfeitas com o pastoreio.
Encharcamento dos terrenos impede acesso dos animais à pastagem
No entanto, e com alguma incidência nas regiões Norte e Centro, registaram-se situações em que o encharcamento dos terrenos impediu o acesso dos animais à pastagem, obrigando à utilização de fenos, palhas, silagens e/ou alimentos concentrados, em quantidades consideradas normais para esta época.
Nas forrageiras anuais, já se iniciaram os primeiros cortes de azevém para ensilar. De referir que a precipitação também tem contribuído para criar alguns problemas nestas culturas, em especial no litoral Centro, dificultando o acesso da maquinaria aos campos e, assim, impedindo ou atrasando o corte e/ou a adubação azotada de cobertura.
Fevereiro muito quente e muito chuvoso
O mês de Fevereiro caracterizou-se, em termos meteorológicos, como muito quente e muito chuvoso. Com efeito, este foi o quinto Fevereiro mais quente desde 1931, com uma temperatura média de 11,7ºC (+1,7ºC que a normal 1971-2000), e 26 dias com temperatura mínima acima dos 5,6ºC (normal 1971-2000), com particular destaque para os dias 1, 2 e 11, que registaram mínimas superiores a 10,0ºC.
Quanto à precipitação, o valor médio, 158,7mm, apresentou uma anomalia de +58,6mm face à normal 1971-2000, tendo chovido na maior parte dos dias, com valores diários particularmente elevados nos dias 4 e 5, no Sul, e nos dias 9 e 20, no Norte e Centro.
No final de Fevereiro, e de acordo com o índice meteorológico de seca PDSI, praticamente deixou de existir seca meteorológica no continente, sendo que apenas 0,1% do território (correspondente à zona de Castro Marim/Vila Real de Santo António) está na classe de seca fraca.
O teor de água no solo, em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas, manteve-se com valores muito próximos ou iguais à capacidade de campo em todas as regiões, sendo que apenas nalgumas zonas do Baixo Alentejo ocorreram valores inferiores a 60%.
Agricultura e Mar Actual