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Covid-19. O que é falso e o que é verdadeiro? UE refuta mitos em torno do coronavírus

Durante a crise da pandemia de Covid-19, a União Europeia (UE) intensificou os seus esforços para informar os cidadãos sobre os riscos e melhorar a cooperação com outros intervenientes internacionais na luta contra a desinformação.

A Comissão tem vindo a refutar alguns mitos em torno do coronavírus em sítios que foram consultados mais de 7 milhões de vezes. O Serviço Europeu para a Acção Externa, em conjunto com a Comissão, reforçou a comunicação estratégica e a diplomacia pública em países terceiros, incluindo os países vizinhos da UE.

Agentes estrangeiros e certos países terceiros, em particular a Rússia e a China, têm participado em operações destinadas a influenciar a opinião pública e em campanhas de desinformação na UE, nos países vizinhos e a nível mundial. A título de exemplo, o grupo de trabalho East Stratcom do Serviço Europeu para a Acção Externa já detectou e denunciou no sítio Web EUvsDisinfo mais de 550 narrativas de desinformação provenientes de fontes pró-Kremlin.

O que é falso e o que é verdadeiro

Segundo um comunicado da Comissão Europeia, em primeiro lugar, é importante distinguir entre conteúdos ilegais e conteúdos que, sendo nocivos, não são ilegais. Em seguida, é necessário ter presente que as fronteiras que separam as diferentes formas de conteúdos falsos ou enganosos, que podem ir da desinformação, que é por definição intencional, às informações falsas, que podem ser divulgadas inadvertidamente, são pouco claras.

Quanto às motivações subjacentes, estas podem oscilar entre tentativas de influência da opinião pública por intervenientes estrangeiros e motivos puramente económicos. É necessário dar respostas calibradas a cada um desses desafios, bem como disponibilizar mais dados para o escrutínio público e melhorar as capacidades analíticas.

Para o vice-presidente, Josep Borrell, “nestes tempos de coronavírus, a desinformação pode ser mortal. Temos o dever de proteger os nossos cidadãos, alertando-os para as informações falsas e expondo os agentes responsáveis por tais práticas. No mundo tecnológico em que vivemos, no qual os guerreiros esgrimem com teclados, em vez de espadas, e em que as operações que visam influenciar a opinião pública e as campanhas de desinformação constituem reconhecidamente armas que são utilizadas por intervenientes estatais e não estatais, a União Europeia está a reforçar as suas actividades e capacidades para esta luta”.

Por sua vez, a vice-presidente com a pasta dos Valores e Transparência, Vera Jourová, afirmou que “durante a pandemia de coronavírus, a Europa foi atingida por verdadeiras ondas de desinformação, com origem tanto na UE como fora dela. Para combater a desinformação, precisamos de mobilizar todos os intervenientes relevantes, das plataformas em linha às autoridades públicas, e de apoiar os verificadores de factos e os meios de comunicação social independentes. Embora as plataformas em linha tenham tomado medidas positivas durante a pandemia, deverão intensificar os seus esforços. As nossas acções estão firmemente ancoradas nos direitos fundamentais e, em especial, na liberdade de expressão e de informação”.

É neste contexto que o agriculturaemar.com aqui deixa algumas das perguntas e respostas mais frequentes sobre a Covid-19, publicadas pela Comissão Europeia.

Distinguir as notícias verdadeiras das falsas

Tem dúvidas sobre algumas das notícias que lê? Os factos são estes:

Por detrás da pandemia não há nenhum super-vilão: apenas cientistas à procura de uma vacina para todos.

É muito fácil atirar as culpas para alguém e responsabilizá-lo pelos nossos problemas. Ouviu falar de uma teoria que cria convenientemente um bode expiatório para um problema e que lhe parece pouco provável ou credível? É melhor pensar duas vezes antes de acreditar nela. De um modo geral, as teorias da conspiração são extremamente cativantes e baseiam-se numa resposta demasiado simples e directa a uma questão complexa, seguindo formatos previsíveis e centrando-se num “inimigo” claramente identificável, como, por exemplo, é o caso da teoria que culpa Bill Gates pelo surto do coronavírus. Essas teorias assentam em fórmulas estereotipadas e previsíveis que são reproduzidas em vários cenários. A única diferença é que, de cada vez, se centram num protagonista diferente. Não se deixe levar por estas soluções demasiado simplistas e falsas para tentar apreender esta crise sanitária tão complexa.

Não, Bill Gates não é o criador do coronavírus nem conspira com a UE para criar um sistema de vigilância à escala mundial para controlar os movimentos das pessoas. Trata-se de uma teoria da conspiração bem conhecida, que simplesmente não corresponde à verdade. Pelo contrário, a Fundação Bill e Melinda Gates doou 125 milhões de dólares para os esforços colectivos internacionais tendentes a desenvolver e distribuir testes de diagnóstico, tratamentos e vacinas para combater o coronavírus. Além disso, contribuiu activamente e apoiou a maratona de angariação de fundos no quadro da Resposta Mundial ao Coronavírus, lançada pela Presidente Ursula von der Leyen em 4 de Maio, que registou compromissos no montante de 7,4 mil milhões de euros assumidos por doadores de todo o Mundo, com o objectivo de aumentar o financiamento do desenvolvimento de testes de diagnóstico, tratamentos e vacinas contra o coronavírus e a sua distribuição à escala mundial.

As máscaras de protecção complementam outras medidas preventivas e devem ser utilizadas e deitadas fora de forma adequada.

Todos nos queremos proteger do coronavírus da melhor forma possível e, desde que sejam utilizadas correctamente, as máscaras podem ajudar a manter-nos seguros e saudáveis durante esta pandemia. Usar uma máscara em público é, antes de mais, um ato de solidariedade. Se estiver infectado mas não tiver sintomas, a máscara pode proteger os outros quando se encontra em espaços fechados, como lojas ou transportes públicos, com mais pessoas. No entanto, em muitas partes da Europa, há falta de máscaras médicas e estas são fundamentais para proteger os profissionais do sector da saúde. Temos assim de garantir que as pessoas nestas áreas de maior risco têm um acesso prioritário às máscaras.

Também não podemos deixar que a utilização de máscaras nos dê um sentimento de segurança falso – estas devem ser consideradas um complemento a outras técnicas preventivas, como a lavagem das mãos e o distanciamento físico, e, por si só, a sua utilização não garante uma protecção total.

A forma como se usam e deitam fora as máscaras é fundamental, uma vez que se isso não for feito de modo adequado o resultado pode ser um aumento da taxa de infecção. Em contrapartida, a utilização das máscaras não conduz a problemas como a hipoxia.

A UE está a trabalhar arduamente para garantir uma gestão correta dos resíduos de máscaras e equipamento médico, mantendo simultaneamente o elevado nível de protecção da saúde humana e do ambiente que a caracteriza. É importante recordar que o uso das máscaras deve ter em conta os dados científicos mais recentes, bem como a situação a nível local. Siga sempre as recomendações da sua autoridade nacional de saúde, que podem evoluir com a situação e a disponibilização de novos dados científicos.

A Covid-19 é uma doença de origem animal natural e o surto de coronavírus não teve origem num laboratório.

Em tempos de crise, é mais importante do que nunca colaborar com países de todo o Mundo num espírito de solidariedade para combater o coronavírus. A desinformação sobre a forma como esta doença teve origem pode facilmente comprometer redes de apoio internacionais vitais o que, por sua vez, pode colocar muitas vidas em risco. Temos de cooperar com os outros e reconhecer que, até à data, não existem provas de que o coronavírus tenha sido fabricado pelo homem, quer acidentalmente quer por manipulação voluntária.

A doença Covid-19 é causada por uma estirpe do coronavírus (um tipo de vírus) denominado Sars-CoV-2. Os coronavírus causam doenças respiratórias e podem ser transmitidos ao ser humano por animais. Pensa-se que a actual forma de coronavírus deu o “salto” entre espécies num mercado em Wuhan, na China, onde o vírus foi notificado pela primeira vez à Organização Mundial de Saúde em 31 de Dezembro de 2019.

Embora seja importante e necessário fazer determinadas perguntas sobre a forma como o surto foi comunicado e tratado, temos de compreender que, com base no que sabe até à data, este acontecimento é totalmente natural. Culpar os outros por esta doença não contribui para melhorar a situação – só em conjunto podem a Europa e o mundo derrotar este vírus.

Há alimentos suficientes disponíveis na UE durante a crise.

Uma das vantagens da União Europeia é não termos de nos preocupar com a interrupção dos fluxos de mercadorias. Isto é ainda mais importante nos sectores da alimentação e da agricultura. A segurança alimentar – a disponibilidade, a acessibilidade e a qualidade dos alimentos – é uma preocupação central da UE desde a sua fundação.

O sector agrícola e alimentar da Europa está a manter a sua força e resiliência durante toda a crise. Os agricultores e os produtores de alimentos estão a trabalhar arduamente para assegurar a disponibilidade de alimentos nas lojas e supermercados em toda a UE, e a Comissão Europeia está a colaborar estreitamente em todas as fases da produção para garantir que as cadeias de abastecimento funcionam de forma eficiente e sem interrupção através de corredores verdes que permitem a passagem rápida e prioritária nas fronteiras.

A UE actuou rapidamente para fazer face aos inevitáveis problemas agroalimentares causados pela crise, utilizando os instrumentos disponíveis no âmbito da política agrícola comum (PAC) para estabilizar os mercados agrícolas sob pressão e reconhecer a importância fundamental dos trabalhadores agrícolas sazonais, que devem ser autorizados a continuar a trabalhar após um exame de saúde proporcionado.

Foram adoptadas medidas decisivas de emergência, como o apoio aos operadores do sector privado, para pagar os custos de armazenamento de produtos nos sectores dos produtos lácteos e da carne, a fim de proteger a indústria e as pessoas mais afectadas pela crise. A PAC tem assegurado a segurança alimentar na Europa desde o início dos anos sessenta e continua a fazê-lo nestes tempos difíceis.

Ainda não existe nenhuma cura para o coronavírus.

Dar ouvidos a conselhos médicos de fontes desconhecidas ou pouco fiáveis pode pôr em perigo a sua saúde e impedir que outros tenham acesso aos medicamentos ou equipamento médico vital de que precisam. Tenha cuidado com tratamentos que não tenham sido devidamente testados e aprovados e distribuídos em grande escala. Se em condições normais não lhe inspirariam qualquer confiança, não se fie neles agora!

Só deve seguir as recomendações de saúde de fontes sérias e fidedignas, como as autoridades nacionais de saúde pública, a Organização Mundial da Saúde (OMS) ou o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC). Pense duas vezes antes de partilhar as informações sobre tratamentos que aparecem nas redes sociais. Escolha sempre fontes fidedignas para se manter a par das últimas notícias. Estamos nisto todos juntos e não nos podemos deixar levar por tratamentos “milagrosos”.

Não existe qualquer ligação entre o coronavírus e a tecnologia 5G.

A UE tem as normas de defesa do consumidor mais elevadas do mundo. É por isso que podemos entrar numa loja e comprar qualquer produto que esteja à venda com toda a confiança. A 5G está em conformidade com estas normas extremamente elevadas. De facto, as nossas normas estão muito acima das sugeridas pelos dados científicos internacionais, sendo os limites da UE para a exposição do público em geral pelo menos 50 vezes inferiores aos valores acima dos quais, segundo esses dados científicos, a 5G teria efeitos potenciais para a saúde. Com efeito, na UE, as pessoas estão em primeiro lugar.

Não há qualquer ligação entre a 5G e a Covid-19. O coronavírus é transmitido por uma pessoa infectada através de gotículas presentes no ar que expira ou que projecta quando espirra ou tosse. A 5G é a nova geração de tecnologia de rede móvel transmitida por ondas hertzianas não ionizantes. Não há provas de que a tecnologia 5G seja prejudicial para a saúde humana. O surto de Covid-19 na cidade chinesa de Wuhan não está relacionado com a 5G, tudo levando a crer que teve origem num mercado alimentar grossista.

Os vírus não fazem distinções em função da origem, da cor da pele nem do passaporte. Em diferentes partes do mundo, as pessoas estão a tentar atribuir a doença a grupos específicos, chamando-lhe “vírus europeu”, “vírus chinês” ou “vírus americano”.

O facto é que se trata de um vírus humano. O coronavírus é transmitido por uma pessoa infectada através de gotículas presentes no ar que expira ou que projecta quando espirra ou tosse. Não há nenhuma população ou grupo específico que seja especialmente portador do vírus. Se leu que o vírus é intencionalmente propagado por migrantes ou grupos étnicos específicos, fique a saber que essa alegação não tem nenhuma base científica. A epidemia de COVID‑19 é uma crise mundial que exige uma solidariedade mundial.

Pode ler todos os factos referidos pela Comissão Europeia aqui.

Continua com dúvidas? Consulte o desfazedor de mitos sobre a Covid-19 da OMS, aqui.

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