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Corteva e CAP anunciam as 3 vencedoras do programa TalentA

Ana Veríssimo, de 40 anos, é a grande vencedora da 3ª Edição do Programa TalentA com o projecto sustentável “Olive” que visa a criação de um produto inovador feito a partir dos resíduos resultantes da poda das oliveiras, reutilizando esta matéria-prima para a produção de misturas solúveis para bebidas aromáticas e medicinais.

Em antecipação ao Dia Internacional da Mulher e de forma a colocar em relevo a sua importância no futuro do meio rural, a Corteva Agriscience e a CAP — Confederação dos Agricultores de Portugal anunciaram as três vencedoras da 3ª Edição do Programa TalentA, numa cerimónia que decorreu esta manhã, 1 de Março, na sede da CAP, em Lisboa.

Quase 50% da população rural é constituída por mulheres e, com o objectivo de continuar a contribuir para o seu futuro, a Corteva Agriscience e a CAP “voltam a premiar novos projectos desenvolvidos por mulheres empreendedoras, contribuindo para o seu desenvolvimento e elevando o papel importante das mulheres no sector agroalimentar português”, refere uma nota de imprensa conjunta das duas organizações.

O programa TalentA, lançado em 2021 pela Confederação dos Agricultores de Portugal e pela Corteva Agriscience, empresa de referência no sector agrícola em tecnologia de sementes sob a marca comercial Pioneer, protecção de culturas e agricultura digital, tem como objectivo “empoderar as empreendedoras rurais e capacitar os seus projectos com formação e financiamento, contribuindo para a sua expansão”.

Esta iniciativa pioneira em Portugal soma já cerca de 200 inscrições de mulheres rurais na agricultura, das quais, nesta 3ª edição, foram eleitos três novos projectos, que resultaram numa vencedora e duas finalistas.

As edições anteriores do programa já conseguiram capacitar mais de 800 mulheres de 9 nacionalidades diferentes, e o projecto “continua a ser necessário para evidenciar o papel fundamental que as mulheres desempenham no desenvolvimento do futuro rural”, acrescenta a mesma nota.

O júri, composto por representantes especializados de ambas as entidades, avaliou diferentes critérios que vão desde a inovação, o combate à desertificação, o impacto e a sustentabilidade dos projectos inscritos, o empoderamento económico até à possibilidade de réplica de negócio.

Os três projectos vencedores da 3ª edição TalentA

A CAP e a Corteva entregaram o primeiro prémio a Ana Veríssimo, pelo projecto sustentável “Olive” que nasceu em Vila Seca, Município de Condeixa-a-Nova, e tem como objectivo a produção de misturas solúveis aromáticas e medicinais para bebidas, à base da reutilização dos resíduos resultantes da poda das oliveiras.

Ana Veríssimo, de 40 anos, iniciou o seu percurso num curso de turismo, mas cedo percebeu que o marketing social era o seu caminho, tendo passado pela Animação Sociocultural ainda antes de chegar à agricultura.

Em 2022 criou o projecto “Olive” que actua em 4 eixos: saúde, social, económico e ambiental, onde conjunta a economia circular e a sustentabilidade na criação de um produto inovador elaborado a partir do desperdício resultante da poda das oliveiras. O projecto Olive [Leaf Flavors – Portuguese handmade] pretende colocar no mercado um produto inovador livre de teína, cafeína e com benefícios para a saúde dos consumidores em três variedades: olive matcha, olive infusion e olive coffee.

O projecto encontra-se em fase inicial de preparação e planeamento e o prémio, de 5.000 euros será usado para a sua implementação e aquisição de equipamentos necessário à sua actividade.

Sílvia Lopes (finalista), Ana Veríssimo (vencedora), Catarina Santos (finalista)

Projecto “Sentidos da Terra”

Por outro lado, a empreendedora rural Sílvia Martins, de 42 anos, recebeu um dos prémios de finalista com o projecto “Sentidos da Terra”, que envolve a produção, comercialização e transformação de plantas medicinais, aromáticas e condimentares com certificação em modo de produção biológico, na zona de Vila Verde, Gomide.

A finalista nasceu no Porto e formou-se em Engenharia Biológica pela Universidade do Minho (Braga). Possui também um mestrado em Food Science and Technology na University College Cork, na Irlanda.

Depois de alguns anos a viver fora, começou à procura de terrenos tendo em mente o desenvolvimento do projecto Sentidos da Terra, o que a levou até Vila Verde onde tem 1.5 ha para desenvolver o seu projecto de cultivo biológico e comercialização sustentável de plantas medicinais, aromáticas & condimentares e outros produtos naturais derivados de alta qualidade (infusões, condimentos, sementes, hidrolatos/óleos essenciais).

Projecto “Legumaria”

E, finalmente, Sílvia Santos, de 39 anos, obteve mais um dos prémios de finalista pelo seu projecto “Legumaria”, que se dedica à produção biológica e cultivo de rebentos orgânicos, ricos em proteínas, micronutrientes e antioxidantes para uso alimentar na Ilha de Santa Maria, Açores. O seu objectivo é expandir a produção e conseguir ter uma maior rede de distribuição.

Sílvia é formada em Engenharia do Ambiente, pela Faculdade de Ciências da Universidade Nova de Lisboa e possuiu uma Pós-Graduação em Gestão e Marketing. Depois do Covid em 2020 mudou-se do continente para a Ilha de Santa Maria onde começou a cultivar germinados para consumo próprio e pouco tempo depois começou a vender para empresários locais.

Durante o evento, Clara Serrano, vice-presidente da Unidade Comercial do Sul da Europa na Corteva Agriscience destacou que “os desafios das mulheres rurais aumentam todos os anos. A instabilidade económica, as desigualdades de género, os impactos da guerra na Europa e a subida dos preços da energia trouxeram novas dificuldades cada vez mais difíceis de suportar. Na Corteva, sabemos que as mulheres são a espinha dorsal do mundo rural e acreditamos que a formação e o apoio financeiro são a chave de sucesso para a implementação de qualquer projecto”.

“É com muito agrado que concluímos a 3ª edição deste programa em Portugal, que já soma cerca de 200 candidaturas de mulheres rurais portuguesas. A nossa missão é continuar a empoderar as mulheres rurais neste processo em prol de um futuro agrícola mais sustentável e com melhores condições”, acrescentou Clara Serrano.

Por sua vez, Luís Mira, secretário-geral da CAP destacou que “o programa TalentA dá voz às mulheres rurais e reconhece o seu contributo fundamental para garantir a sobrevivência da cadeia agrícola e pecuária. As 3 novas vencedoras são um impulso para o sector, com projectos que se distinguem pela inovação. É este o caminho para uma agricultura rentável e sustentável, preparada para enfrentar os desafios com que a Europa se depara”.

O programa TalentA tem sido apresentado como um exemplo de boas práticas pelo Parlamento Europeu. As três vencedoras vão ter acesso a um programa de formação (e-commerce, redes sociais, plano de negócios, técnicas comerciais, etc.) promovido pela CAP para dotar os projetos de mais ferramentas de trabalho e métricas de sucesso e a vencedora do primeiro prémio irá receber ainda um apoio financeiro de 5.000 euros para a implementação do seu projecto.

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