A Copa-Cogeca, representante dos agricultores europeus, tem um relatório de 156 páginas, e ainda preliminar, que começou a fazer logo após a decisão de saída do Reino Unido da União Europeia. Receia que o Brexit provoque importantes alterações comerciais e pede mesmo a preparação de ajudas directas, tais como as que foram decidias para a crise da carne de porco ou do leite. Segundo o relatório, os sectores do queijo e do vinho serão os mais afectados.
“Os agricultores não devem pagar o preço de uma decisão política”, diz o presidente da Cogeca – Confederação Geral das Cooperativas Agrícolas da União Europeia, Thomas Magnusson.
O relatório explica que a União Europeia a 27 será um dos principais fornecedores britânicos, que são um importador líquido de produtos agrícolas. As exportações anuais para o Reino Unido ascendem a 45 mil milhões de euros. “Por ordem do volume de negócios de exportação da UE para o Reino Unido, os sectores de frutas e legumes, carne, leite e vinho são os mais susceptíveis de serem afectados”, adverte o relatório.
Novos apoios
Assim, para fazer frente ao Brexit, de acordo com o Copa-Cogeca, “é altamente desejável” que a Comissão Europeia inclua no seu orçamento de 2019 e 2020 “ferramentas de gestão adequadas a uma crise”, tal como fez em crises anteriores, com a ajuda à armazenagem de lacticínios, à carne de porco, ou com fundos operacionais para as frutas e legumes. Adianta o relatório que a saída do Reino Unido do mercado único deve ter um “impacto significativo, especialmente sobre o queijo e os vinhos de indicações geográficas”.
A agricultura é um dos dossiers mais sensíveis nas negociações de acordos de livre comércio com o Reino Unido. Os agricultores europeus receiam que a perspectiva de uma “saída dura”, deixada em aberto por Theresa May, possa significar o fim de qualquer hipótese de acordos aduaneiros e provocar uma subida dos preços dos produtos agrícolas da UE no Reino Unido.
Agricultura e Mar Actual