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Conheça as boas práticas agrícolas para reduzir até 30% das emissões de amoníaco

O Código de Boas Práticas Agrícolas para a redução das emissões de Amoníaco já está disponível online. Um documento elaborado pelo Grupo de Trabalho constituído por investigadores e técnicos do INIAV — Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária e da DGADR — Direcção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural.

Foi ainda considerado o contributo enviado pela DGAV — Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária, elaborado na sequência da participação daquela Direcção no Grupo de Trabalho AGRI – ENAAC 2020.

O presente Código apresenta um conjunto de boas práticas agrícolas que, se aplicadas, poderão permitir uma redução de 10% a 30% das emissões de amoníaco, a partir de uma qualquer fonte emissora. Esta redução é considerada como valor de referência, indicativo da aplicação de boas práticas.

Na sua elaboração foram considerados os seguintes temas:

  • Gestão do azoto tendo em conta o seu ciclo completo
  • Estratégias nutricionais para redução das emissões de amoníaco nos sistemas de produção animal
  • Instalações pecuárias com baixas emissões de amoníaco
  • Infra-estruturas de armazenamento de efluentes pecuários com baixas emissões de amoníaco
  • Redução das emissões de amoníaco na valorização agrícola de efluentes pecuários
  • Redução das emissões de amoníaco devidas à utilização de adubos minerais

Do azoto ao amoníaco

Explicam os autores do Código de Boas Práticas Agrícolas para a redução das emissões de Amoníaco que o azoto (N) é o principal constituinte das proteínas vegetais e animais. Nas plantas é ainda responsável pela função fotossintética e o constituinte de algumas hormonas. Por este motivo, é um nutriente essencial ao crescimento e desenvolvimento das plantas e animais sendo, também, simultaneamente, o principal factor limitante ao seu crescimento e desenvolvimento, devido aos múltiplos processos de transformação e perda a que pode estar sujeito no solo, incluindo volatilização na forma de amoníaco (NH3).

Devido à grande mobilidade do N, quer na água quer no ar, muitas das formas de N que resultam dos referidos processos são também designadas por N reactivo (Nr). De um ponto de vista do contributo da agricultura e pecuária para a poluição atmosférica, o óxido nitroso (N2O) e o amoníaco (NH3) são os gases que causam maiores preocupações, devido ao seu efeito de estufa e causa de chuvas ácidas, respectivamente.

Para que ocorram emissões de NH3 para a atmosfera é necessária a presença de NH4 + ou NH3 no solo ou em solução, quer resultante da mineralização da matéria orgânica ou de resíduos orgânicos no solo, incluindo os efluentes pecuários, quer de adubos minerais de origem amoniacal ou amídica, bem como da coexistência de determinados factores ambientais condicionantes dessas emissões, designadamente o elevado pH do solo (pH(H2O)>7,0) e/ou a presença de carbonatos livre no solo e condições climáticas favoráveis (temperatura elevada e vento).

As emissões de NH3 são muito rápidas e podem ser bastante elevadas logo após a aplicação dos fertilizantes ao solo. Por este motivo, é aconselhada a sua incorporação rápida no solo (até 4 h). Uma incorporação superficial (2 cm) pode reduzir substancialmente as emissões. A cerca de 4 cm de profundidade já não se detectam emissões de NH3.

Pode ler o Código de Boas Práticas Agrícolas para a redução das emissões de Amoníaco aqui.

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