A Confagri – Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Portugal e as suas associadas Fenalac (leite) e Fenapecuária (produção pecuária), manifestam a sua “total oposição às descabidas afirmações do ministro do Ambiente em que este vem publicamente preconizar, entre outros aspectos, a redução entre 25% e 50% dos nossos efectivos bovinos”.
Para a Confagri, esta “tese” do ministro do Ambiente aparece “ao arrepio da política agrícola desenvolvida nos últimos anos em que se pretende equilibrar a balança alimentar nacional, produzindo mais nas áreas deficitárias viáveis e reduzindo as importações e em simultâneo, promovendo as exportações de bens agro-alimentares”.
“Seria catastrófico com a liberalização das importações”
No que se refere à produção de carne de vaca o abate de 25% a 50% do efectivo “seria catastrófico com a liberalização das importações, como já aconteceu no passado no espaço europeu, pondo em causa a nossa segurança alimentar”, refere a Confederação em comunicado.
Quanto à produção de leite, em que Portugal tem cerca de 5 mil produtores com um efectivo de 240 mil animais e cuja produção de leite vale actualmente 700 milhões de euros a que acresce a circunstância de Portugal dispor de uma fileira láctea cujo valor ascende a 2 mil milhões de euros por ano e que mantém cerca de 50 mil postos de trabalho, sendo responsável por exportações no valor de 280 milhões de euros, “sendo um País auto-suficiente em matéria de consumo de leite. As teses do ministro do Ambiente a serem aplicadas seriam o descalabro e a morte de parte do nosso Mundo Rural”, salienta a Confagri.
“Ministro do Ambiente ataca frontalmente a produção nacional”
“Ao defender a importação de carne bovina, o ministro do Ambiente ataca frontalmente a produção nacional e a vida no Mundo Rural e questiona a política comercial europeia, nas suas negociações internacionais, nomeadamente com o Mercosul, em que a produção bovina europeia tem sido fortemente defendida pelos negociadores da União Europeia”, diz ainda o mesmo comunicado.
Para a Confagri, a descarbonização, sendo meta a perseguir até 2050, deve assentar no que se refere à produção bovina, e”m bases científicas e não em tiradas políticas sem qualquer suporte científico”.
“Será que o ministro do Ambiente considera que a substituição da produção nacional de carne bovina por carne bovina importada terá impacto global nas alterações climáticas?”, questiona a Confagri.
Assim, a Confederação entende que o ministro do Ambiente deve “rever as suas teses e em vez de comprometer o nosso potencial produtivo, deve fomentar políticas que levem a adaptação dos nossos sistemas de produção aos novos desafios colocados à sociedade”.
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