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Como tratar o síndrome da esca da videira: saiba aqui

Artigo de opinião de Rosa Moreira, Eng.ª Agrónoma, promotora do site A Cientista Agrícola

Artigo adaptado da Circular nº 21 de 2020, da Estação de Avisos de Entre Douro e Minho.

Esta circular, bem como edições anteriores, pode também ser consultada e descarregada em

1 – http://portal.drapnorte.gov.pt/servico/fitossanidade/avisos-agricolas

2 –  http://snaa.dgav.pt/

SÍNDROME DA ESCA
(Phaemoniella chlamydospora, Phaeoacremonium spp., Fomitiporia mediterrânea, etc.)

Procure recuperar ou regenerar, pelo menos temporariamente, as videiras menos afectadas, cortando (atrasando) o tronco principal até à zona que não apresente sintomas primários no lenho.

Outra forma de regeneração das videiras, sobretudo das que estiverem menos atacadas pela esca e sejam ainda jovens, é a reenxertia. Para isso, é necessário cortar a videira abaixo do anterior ponto de enxertia.

A reenxertia apenas deve ser feita, se o tronco do porta-enxerto não apresentar sintomas primários da esca.

Para maior garantia do êxito da operação, deve verificar se a casta a enxertar é compatível com o porta-enxerto já instalado.

Deve fazer-se uma enxertia perfeita, procedendo no fim a um cuidadoso isolamento do ponto de enxertia, com isolcoat ou cera de abelhas.

Esta forma de regeneração de videiras atacadas pela esca, permite beneficiar de um sistema radicular já desenvolvido, garantindo, quer a sobrevivência da planta reenxertada, quer uma mais rápida reentrada em produção .

MEDIDAS PREVENTIVAS DURANTE A PODA

 As videiras que tenham secado durante o Verão, ou que estejam muito enfraquecidas, sem possibilidade de recuperação, devem se arrancadas antes da poda ou no seu início, para reduzir os focos de infecção dos fungos da esca durante a poda.

 A poda deve ser moderada. Não faça cortes extensos nem podas severas, muito menos nas videiras afectadas, a não ser para as tentar reconstituir ou reenxertar.

 Pode com tempo seco e sereno.

 Pode as videiras com esca à parte.

 Desinfecte as feridas de poda, por pulverização ou por pincelagem, à medida que vai avançando (ao final de cada dia, por exemplo). As feridas de poda permanecem como vias de infecção pelos fungos do lenho durante um longo período de tempo. A protecção das novas feridas e das mais antigas é fundamental para limitar o desenvolvimento dos fungos da esca e de outras doenças do lenho.

Nesta desinfecção utilize produtos químicos, à base de boscalide + piraclostrobina (TESSIOR) ou biológicos, à base de Trichoderma (BLINDAR ● ESQUIVE WP ● VINTEC).

 Desinfecte os instrumentos de poda com lixívia ou álcool, durante o trabalho.

 Se não utiliza destroçador, retire do terreno e queime toda a lenha, com ou sem sintomas de esca.
 A lenha de poda, mesmo com sintomas de esca, também pode ser devolvida à terra. Para tal deve ser triturada mecanicamente e compostada, durante pelo menos 6 meses. As temperaturas atingidas no processo de compostagem, destroem os fungos presentes na lenha.

O composto pode ser então espalhado na vinha, quer constituindo um mulsching na linha, impedindo a emergência de infestantes, quer como fertilizante orgânico.

Os produtos à base de Trichoderma são autorizados no Modo de Produção Biológico (e podem também ser usados nos outros modos de produção).

Sobre a esca, consulte aqui a Ficha Técnica nº 55 (I Série)
Sobre cuidados na plantação, consulte aqui a Circ. 20/2020,pág. 6

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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