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Como combater a vespa assassina? Manual de Boas Práticas na destruição de ninhos de Vespa velutina

A Vespa velutina nigrithorax, conhecida como Vespa asiática, é uma espécie não-indígena, predadora da abelha europeia (Apis mellifera).

Os principais efeitos da presença desta espécie não indígena manifestam-se em várias vertentes. Na apicultura trata-se de uma espécie carnívora e predadora das abelhas; para a segurança pública, não sendo mais agressivas que a espécie europeia, no caso de sentirem os ninhos ameaçados reagem de modo bastante agressivo, incluindo perseguições até algumas centenas de metros.

Como eliminar esta espécie invasora? É disso que trata o “Manual de Boas Práticas na destruição de ninhos de Vespa velutina”, elaborado pela Comissão de Acompanhamento para a Vigilância, Prevenção e Controlo da Vespa velutina.

O Manual, da autoria de Alfredo Franclim Marques, Tiago Moreira e João Diogo Casaca, pela FNAP — Federação Nacional dos Apicultores de Portugal, refere que a Vespa velutina nigrithorax é um himenóptero da família dos vespídeos, originária do Sudoeste Asiático, do Nepal, Norte da Índia, Indonésia e do Sul da China. Chegado acidentalmente à Europa através do Porto de Bordéus, França, num contentor de louça, em 2003 ou 2004, não se sabendo exactamente se foi apenas uma, ou várias vespas fundadoras fecundadas, que iniciaram o desenvolvimento de vespeiros em território francês.

Em 2005, Claire Villemant do Museu Nacional de História Natural de Paris identificou-a como sendo a Vespa velutina nigrithorax conhecida no seu habitat natural, na Ilha de Java (Indonésia), onde já fora estudada pelo entomólogo Lepeletier (1836).

A Vespa velutina nigrithorax é considerada uma espécie invasora em quase todos os países da Europa e em Portugal desde Julho de 2016. Devido à sua origem passou a ser conhecida e muitas vezes designada, na Europa e em Portugal, por Vespa Asiática.

A Vespa velutina nigrithorax diferencia-se dos outros vespídeos autóctones da Europa mais conhecidos, como a vespa germânica ou vespa comum, e a Vespa crabro, pela sua muito elevada capacidade reprodutiva, dimensão e visibilidade dos seus ninhos (ou vespeiros) e pela rapidez com que ocupa o território.

Destruição de ninhos de Vespa velutina

Adianta o manual que qualquer destruição de ninhos da Vespa velutina deve começar por uma visita de reconhecimento de um técnico para confirmar de que se trata efectivamente de um ninho de Vespa velutina, e para que este possa decidir qual o método mais recomendado aplicar na destruição do mesmo.

A destruição de um ninho de Vespa velutina não consiste simplesmente na destruição da estrutura de celulose construída e habitada por uma colónia de vespas, mas sim todo o conjunto de acções que conduzam à morte de todas os indivíduos da colónia, qualquer que seja o método ou meio utilizado.

Se não houver esta eficácia na destruição, as vespas sobreviventes poderão reconstruir o ninho ou relocalizá-lo noutro local próximo.

Se um significativo número de vespas obreiras ficarem vivas estas irão dar origem a um ou vários ninhos secundários que, apesar de criarem somente machos, manterão a pressão predatória.

Se a vespa fundadora ficar viva com algumas obreiras sobreviventes, a colónia sobreviveu à tentativa de destruição e, irá recuperar o ninho ou construir outro ninho activo nas proximidades.

Além disso, uma destruição ineficaz potencializa o comportamento defensivo da colónia, ou seja, aumenta a “agressividade” das vespas sobreviventes, o que poderá colocar em perigo a integridade física das populações que frequentem o local nos dias seguintes. Considerando a elevada propensão da espécie para a ocupação de habitats urbanos, facilmente se compreende o potencial perigo para a segurança das populações.

Por isso, considera-se muito importante conseguir elevada eficácia na destruição, procurando a eliminação de todas as vespas com especial atenção às fundadoras presentes no ninho de acordo com o ciclo anual da espécie.

A máxima eficácia é conseguida com acções de destruição realizadas após o anoitecer ou durante a noite, pois, ao anoitecer quase todas as vespas regressaram ao ninho onde se encontram também as fundadoras.

Pode ler o Manual completo aqui.

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