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Comissário Europeu do Ambiente associa Covid-19 à criação intensiva de animais. Produtores da UE desmentem

Onze organizações do sector agropecuário da União Europeia, lideradas pela Copa-Cogeca, representante dos agricultores europeus, e a FEFAC — European Feed Manufacturers’ Federation, instaram a Comissão Europeia a desmentir as declarações proferidas pelo Comissário Europeu do Ambiente, Virginijus Sinkevičius, que associam a propagação da Covid-19 à produção intensiva de animais.

Em carta enviada à Comissão e com cópia para o Comissário da Agricultura, os parceiros da cadeia de produção pecuária da UE destacaram a contribuição essencial dos criadores de gado e agentes da cadeia de valor para garantir a segurança alimentar aos cidadãos da UE neste difícil período de gestão de crise provocada pela Covid-19 e o papel do sector pecuário para fornecer uma nutrição equilibrada a milhões de consumidores.

Informações com base em evidências científicas

A Plataforma europeia solicitou à Comissão da UE (DG Sante) que reforçasse os esforços para fornecer informações com base em evidências científicas disponíveis, sobre o alto nível de biossegurança nas explorações pecuárias, exigindo investigações e medidas adicionais.

Numa reunião conjunta com a AFCC, a 30 de Abril de 2020, e após a recente comunicação pública do Comissário Europeu do Ambiente, Virginijus Sinkevičius, que estabelecia uma relação entre a Covid-19 e a produção intensiva de animais, a DG Sante explicou que está a dialogar com os gabinetes do Comissário Europeu do Ambiente e a Comissária Europeia da Saúde e segurança dos alimentos, Stella Kyriakides, de modo a evitar futuras falhas de comunicação.

O secretário-geral da Copa-Cogeca, Pëkka Pesonen, sublinhou que a declaração do Comissário Europeu para o Ambiente, Sinkevičius, foi um golpe na DG Sante que pode destruir o que a DG Sante e o sector pecuário construíram ao longo dos últimos 20 anos para garantir a segurança na cadeia pecuária, após a BSE e outras crises de segurança alimentar como as dioxinas, incluindo o conceito One Heath.

Para aqueles agricultores, a DG Sante deve proteger e defender o seu trabalho anterior em prol da segurança alimentar e o sector pecuário pode fornecer evidências e informações claras sobre os altos níveis de padrões de alimentação e segurança alimentar, incluindo medidas de biossegurança implementadas na actividade de criação de animais e de toda a cadeia de valor. A DG Sante comprometeu-se a abordar a questão nas perguntas e respostas revistas dedicadas aos animais e ao Covid-19.

Os factos

Os fatos actualmente conhecidos sobre a produção de animais, seus produtos alimentícios e Covid-19 são os seguintes:

  • De acordo com o estado actual do conhecimento, os animais usados para a produção de carne não podem ser infectados com SARS-CoV-2 e, portanto, são incapazes de transmitir o vírus aos seres humanos pela via do consumo. (fonte: BfR)
  • Até ao momento, os resultados preliminares de estudos sugerem que aves e suínos não são susceptíveis à infecção por SARS-CoV-2. (fonte: OIE)
  • Actualmente, não há evidências de que os alimentos sejam uma fonte ou via provável de transmissão do vírus. (fonte: AESA)
  • Actualmente, não há evidências que sugiram que animais infectados por seres humanos desempenhem um papel na disseminação da Covid-19. Os surtos humanos são causados pelo contacto de pessoa para pessoa. (fonte: OIE)
  • Embora haja investigações em curso sobre uma possível origem animal do novo coronavírus (SARS-CoV-2), a disseminação e o desenvolvimento da actual pandemia humana devem-se à transmissão de humano para humano. Não há evidências actuais de que os animais desempenham um papel na disseminação do COVID-19. (fonte: FAO)

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