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CNA pede criação parques de comercialização de madeiras ‘salvadas’ dos incêndios

A CNA – Confederação Nacional da Agricultura diz que o Ministério da Agricultura e o Governo “devem criar e administrar parques de recepção e comercialização de madeiras ‘salvadas’ dos incêndios em todos os concelhos mais atingidos pelo fogo e de forma a garantir aos produtores florestais afectados, um preço mínimo e razoável pelas madeiras”. A Confederação pede ainda reforço de apoios à seca e a intervenção governamental para que os preços na produção de batata cheguem aos 20 cêntimos por quilo.

Em comunicado, a Confederação diz que o Ministério da Agricultura, e o ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas “em especial, devem intervir desde já no processo de reflorestação das áreas ardidas. Para impedir que voltem a ser instalados, em contínuo no terreno, em modo de produção industrial e intensivo, milhares e milhares de hectares seguidos com eucalipto e até com pinhal“.

Dizem os agricultores que se trata de “impedir a reocupação de vastíssimas áreas com espécies altamente comburentes, de crescimento rápido e em contínuo no terreno. Para isso, também deve ser aumentado (embora modulado) o apoio público ao investimento na reflorestação das áreas ardidas com espécies – autóctones – menos comburentes”.

Com este objectivo central, diz a CNA que devem ser adequados os PROF – Planos Regionais de Ordenamento Florestal, e os PGF – Planos de Gestão Florestal enquadradores.

“Ao mesmo tempo, é estratégico adoptar-se um correcto ordenamento florestal no terreno e promover o aumento – urgente – do preço da madeira, na produção”, realça ainda a mesma nota.

Seca agrava-se

Quanto à seca, a CNA refere que Portugal está em situação de “seca severa e extrema com os agricultores a serem muito prejudicados principalmente, e para já, nas pastagens, nas frutas e hortícolas, nos cereais”.

Por tudo isso, reclama ainda ao Ministério da Agricultura “medidas excepcionais de apoio à lavoura e que vão mesmo para além, embora se juntem, às ajudas rotineiras e insuficientes de que o Ministério da Agricultura tem falado”.

Algumas dessas medidas excepcionais são o “reembolso aos agricultores sobre os custos com a energia eléctrica gasta através das baixadas agrícolas e agro-industriais – a isenção (temporária) do pagamento da Taxa dos Recursos Hídricos –, o apoio financeiro, e até em ‘géneros’ – modulado e plafonado – à alimentação animal”.

Todavia, acrescenta a CNA, “não está de acordo em que o Ministério da Agricultura venha agora cortar alguns dos apoios antes atribuídos, por exemplo à produção leiteira, para deslocar as verbas respectivas para outras medidas embora a pretexto da seca”.

Produção de batata nacional

Mas, o longo comunicado da CNA não se fica por aqui e diz que, “no difícil contexto, são de ruína os preços oferecidos à produção de batata nacional numa base de 5 cêntimos o quilo – e até menos – enquanto que o preço da batata no consumidor se mantém especulativo, acima dos 50 Cêntimos o quilo, nomeadamente nos hipermercados. Ou seja, a batata da época está 10 vezes mais cara no consumidor comparativamente com os preços pagos à produção nacional”.

A CNA reclama assim ao Ministério da Agricultura que “intervenha e dê condições de escoamento – a melhores preços à produção – nomeadamente da batata nacional desta época do ano, na base dos 20 cêntimos o quilo“.

“Por exemplo, o Ministério da Agricultura, se tiver vontade política para tal, pode fazer uma retirada – uma compra pública – de muita batata nacional da época, para fornecer desde logo às populações mais afectadas pelos incêndios florestais bem como para fornecer cantinas públicas e para apoiar a alimentação animal”, diz o comunicado da CNA.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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