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Carne in vitro pode chegar ao mercado em breve

Uma equipa de engenheiros de tecidos celulares liderada pelo professor Mark Post da Universidade de Maastricht, na Holanda, que produziu o primeiro hamburguer em laboratório do mundo, anunciou que quer agora vendê-lo. A carne artificial ou in vitro será mais saborosa e barata do que as carnes tradicionais vendida atualmente, dizem os investigadores.

Para fazer a venda do hamburguer artificial, Mark Post, professor que desenvolveu a carne in vitro, uniu-se a Peter Verstrate, técnico em alimentos, para criar a empresa Mosa Meat. A empresa conta com um pessoal de 25 cientistas, técnicos de laboratórios e gerentes.

O hambúrguer artificial ficaria disponível apenas para encomendas. Porém, se a procura for grande, a carne pode chegar ao mercado popular, dizem os cientistas, em entrevista à BBC.

O hamburguer foi sintetizado pela primeira vez em 2013 e custou 250 mil euros a Sergey Brin, co-fundador do Google e financiador do projeto. Porém, a ideia não chamou tanto a atenção de investidores devido ao seu preço alto.

Porém, agora os cientistas estão a diminuir o preço da fabricação. “Acredito que vamos colocar [o produto] no mercado em cinco anos”, disse Post, à BBC.

Como é feito

O hamburguer artificial é feito a partir de células-tronco encontradas em nervos e na pele da vaca. No entanto, diferentemente da maioria dos estudos em que as células-tronco são utilizadas para transplantes, neste caso, os cientistas utilizaram-nas para cultivar gordura e músculo.

Após a retirada dessas células, os pesquisadores as colocam em uma cultura com elementos químicos e nutrientes. Três semanas depois, as células-tronco multiplicadas são divididas em recipientes menores. As células “adultas” transformam-se em tiras de músculos de cerca de um centímetro de comprimento. Depois, as pequenas tiras são unidas, coloridas e misturadas com gordura para se tornarem, finalmente, um pedaço de carne artificial.

A carne in vitro é o resultado da produção de produtos de carne através da tecnologia “engenharia de tecidos”. A carne artificial poderia exibir vantagens financeiras, na área da saúde e do bem-estar animal, para além das vantagens ambientais, quando confrontada com a carne tradicional, dizem os seus produtores. A ideia é produzir carne animal, mas sem que o animal esteja envolvido.

Células promotoras são retiradas de forma indolor de animais vivos, sendo depois colocadas num meio de cultura onde começam a proliferar e a crescer, independentemente do animal. Em teoria, Este processo seria eficaz o suficiente para cobrir a procura anual por carne. Tudo isto aconteceria sem qualquer manipulação genética, sem a necessidade de interferir com as sequências genéticas das células.

A produção de carne cultivada com a finalidade de desenvolver produtos de carne, como por exemplo salsichas, hamburguers e nuggets, deveria ser comparavelmente simples, ao passo que a carne cultivada, mais estruturada, como por exemplo um bife in vitro, é um desafio algo maior. Um bife é constituído por tecido muscular, todo ele percorrido pelos extremamente longos e finos capilares que transportam o sangue e os nutrientes diretamente para as células. É muito mais difícil reproduzir esta estrutura complexa do que juntar algumas bolas de células que crescem para serem bolas de células ainda maiores, que, por sua vez, se traduzem em nuggets de galinha ou hamburguers.

“Estou confiante que, quando for oferecido como uma alternativa à carne, um número cada vez maior de pessoas vai achar difícil não comprar o nosso produto por razões éticas”, disse Verstrate à BBC.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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