A entrada em vigor de uma cerca sanitária, anunciada pelo primeiro-ministro, António Costa, na noite de quinta-feira 29 de Abril, a partir das 8 horas do dia seguinte, nas freguesias de S. Teotónio e de Longueira/Almôgrave, no concelho de Odemira, levou a “1.600 toneladas de produção desperdiçada e mais de 6 milhões de euros perdidos, numa semana, para além da quebra de contratos e da consequente perda de clientes nacionais e internacionais”.
Quem o disse foi o vice-presidente da CAP — Confederação dos Agricultores de Portugal, Gonçalo Santos Andrade, também presidente da Portugal Fresh – Associação para a promoção das Frutas, Legumes e Flores de Portugal.
Durante uma conferência de imprensa ontem, 5 de Maio, convocada pelo presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal, Eduardo Oliveira e Sousa, atendendo “às múltiplas e inaceitáveis declarações que têm vindo a ser feitas, ao longo da última semana sobre a agricultura portuguesa”, Gonçalo Santos Andrade explicou que com aquela decisão governamental “ficou impedido o acesso dos trabalhadores às explorações agrícolas aí localizadas, nomeadamente estufas de frutas, legumes e flores, produtos cuja colheita não tolera qualquer atraso, transformando-se em total desperdício”.
Santos Andrade frisou que o sector das frutas, legumes e flores em Portugal é “mundialmente reconhecido pelo seu profissionalismo e pela qualidade dos produtos, tendo as exportações duplicado durante a última década, e que muitos dos clientes se deslocam às explorações para conhecerem os produtos mas, igualmente, as condições de vida dos trabalhadores”.
Agricultura e Mar Actual