AGRICULTURA E MAR Revista do mundo rural e da economia do mar
O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) alerta para o abate de cerca de 300 sobreiros na linha ferroviária do Vouga, concelho de Águeda, acção que “foi indicada pela Infra-estruturas de Portugal, tendo esta sido autorizada pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF)”.
Assim, a deputada bloquista Mariana Mortágua entregou na Assembleia da República uma série perguntas ao ministro das Infra-estruturas, João Galamba, pretendendo saber se “tem o Governo conhecimento desta situação”, se “foi realizado algum tipo de estudo ou avaliação” e se sim, “qual o motivo apresentado que justifique esta acção”.
“Atendendo ao carácter urgente da situação”, Mariana Mortágua pergunta ainda se “pondera o Governo ordenar a suspensão do abate destes sobreiros” e “como pretende o Governo agir para que se possam evitar situações futuras idênticas à exposta”.
Nas perguntas enviadas, a deputada bloquista explica que “esta situação tem gerado grande consternação na população, sendo que não foi apresentado nenhum esclarecimento sobre o motivo do abate e, ao que tudo indica, não foi realizado nenhum estudo que tornasse esta acção justificável”.
“Foi-nos dado a conhecer pela população de que a presença dos sobreiros em nada prejudica a circulação dos comboios e não apresentam qualquer tipo de perigo. E ainda que existisse, no caso de alguns ramos estarem a interferir com a trajectória, a solução passaria apenas por podar os mesmos”, frisa a deputada.
E realça que “o sobreiro é uma árvore autóctone, de elevada importância para o ambiente, que contribui para a preservação da biodiversidade, conservação do solo e retenção do dióxido de carbono em quantidades elevadas. Para além disto, e neste caso em particular, a presença dos sobreiros também impedia a proliferação de uma espécie invasora que ali se encontra, a acácia. Tanto a acácia como outras vegetações que se encontram junta à linha não foram cortadas”.
“Consideramos este abate de sobreiros uma acção drástica e muito precipitada, que terá um impacto negativo no ambiente e na saúde mental da população”, frisa o Grupo Parlamentar do BE.
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