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Balança comercial de produtos de origem florestal excedentária em 2,5 mil M€

O saldo da balança comercial dos produtos de origem florestal (inclui materiais que estão no perímetro das Contas Económicas da Silvicultura e produtos industriais de origem florestal) permaneceu excedentário em 2017, atingindo cerca de 2,5 mil milhões de euros.

Segundo divulga o Instituto Nacional de Estatística (INE), os produtos à base de cortiça, com um excedente comercial de 895,3 milhões de euros, mantiveram-se como os mais relevantes.

No entanto, em 2016, o valor acrescentado bruto (VAB) da silvicultura diminuiu 3,4% em valor e 1,9% em volume, relativamente ao ano anterior, contrariando a tendência crescente dos últimos anos.

Esta evolução, dizem os técnicos do INE, foi resultado de um decréscimo nominal da produção (-3,0%) mais expressivo que o do consumo intermédio (-2,0%). A diminuição da produção da silvicultura foi determinada, sobretudo, pelos decréscimos das produções de madeira para triturar (-5,6%) e de serviços silvícolas (-5,0%), que não compensaram os aumentos na produção de madeira para serrar e de cortiça (+4,4% e +5,8%, respectivamente).

Revisão dos resultados provisórios de 2015

O Instituto Nacional de Estatística apresentou hoje, 28 de Junho, as Contas Económicas da Silvicultura (CES) para o ano 2016, procedendo à revisão dos resultados provisórios de 2015, divulgados em Junho de 2017.

Os resultados relativos a 2016 apresentados neste destaque têm natureza provisória, em conformidade com o calendário de compilação das Contas Nacionais Portuguesas, tendo sido integrada informação disponível até ao dia 20 de Junho de 2018.

Ao longo dos últimos anos, a estrutura da produção silvícola nacional tem registado alterações significativas. A cortiça, que no período 2000-2004 se apresentava como o produto mais relevante, foi perdendo importância para a madeira para triturar (40,6% em 2016).

Produção de madeira diminuiu 2,7%

A madeira para serrar (constituída principalmente por pinheiro bravo) é a matéria-prima das indústrias de serração, que abastecem fábricas de embalagens, de mobiliário e a construção.

Embora ainda aquém dos valores atingidos em 2000-2001, a produção deste tipo de madeira tem registado aumentos em volume nos últimos anos, em função do crescimento das exportações (e consequente necessidade de paletes e caixas) e da construção.

A oferta tem-se revelado insuficiente, dada a dificuldade de regeneração de alguns povoamentos e do decréscimo de plantações, contribuindo para um aumento dos preços. Para 2016 estimam-se aumentos de 1,6% em volume e de 2,8% em preço.

Madeira para triturar

A madeira para triturar (essencialmente constituída por eucalipto) é sobretudo utilizada no fabrico de pasta de papel, apresentando evoluções nas remoções em função da capacidade produtiva da indústria de pasta de papel, mas também da disponibilidade de madeira de eucalipto em pé.

A fabricação de pasta, papel, cartão e seus artigos registou um aumento substancial da produção a partir de 2010, em resultado dos investimentos efectuados na capacidade produtiva nacional.

A produção de madeira para triturar reflectiu esta dinâmica, registando um crescimento acentuado entre 2010 e 2013, mantendo-se acima dos 300 milhões de euros entre 2013 e 2015. Em 2016 a produção desta madeira registou um decréscimo em volume e valor (-3,0% e -5,6%, respectivamente).

Produção de cortiça aumentou 5,8%

Em 2016, pelo quarto ano consecutivo, a produção de cortiça registou um aumento nominal da produção (+5,8%). Para esta evolução concorreram acréscimos em volume (+3,9%) e preço (+1,8%).

O volume de produção de cortiça regista uma tendência crescente desde 2006. Os preços no produtor, que registaram uma evolução decrescente até 2012, têm vindo a aumentar nos anos subsequentes.

Em Portugal, o fabrico de rolhas de cortiça assume grande destaque dada a importância da produção de vinho. Complementarmente, o fabrico de outros produtos à base de cortiça, nomeadamente para construção civil, decoração, isolamento, etc. tem assumido maior relevância, com um aumento da procura a nível interno e externo.

Produção de serviços silvícolas decresceu 5%

Contrariamente ao ano anterior, em 2016 a produção de serviços silvícolas e de exploração florestal (constituída por florestação e reflorestação de rendimento regular e outros serviços silvícolas e de exploração florestal) registou diminuições em valor (-5,0%) e em volume (-2,3%).

O valor da produção (a preços de base) inclui os valores das ajudas à Florestação e reflorestação. O decréscimo das ajudas observado em 2016 (v. ponto seguinte) teve um impacto negativo na valorização dos serviços silvícolas e de exploração florestal.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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