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Trigueirão (Emberiza calandra),

Aves nidificantes de Portugal têm novo Atlas

Já se encontram disponíveis alguns dos resultados preliminares da 1ª época de campo do terceiro Atlas das Aves Nidificante de Portugal. Participaram cerca de 140 ornitólogos e foram visitadas 150 quadrículas.

Segundo a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), os resultados mostram vários resultados como espécies comuns com um grau de cobertura significativo, como o trigueirão, a andorinha-das-chaminés e o melro. Existem espécies mais localizadas, com uma cobertura ainda muito baixa, como a cegonha-preta e o guarda-rios.

“Estes dados mostram a distribuição de algumas espécies raras cujas populações nidificantes aumentaram substancialmente face à situação no Atlas anterior, como a tadorna e o colhereiro”, diz a SPEA.

O terceiro Atlas das Aves Nidificante de Portugal é um projecto de participação nacional com o contributo imprescindível de muitos ornitólogos, amadores e profissionais. A iniciativa foi lançada pela SPEA, Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, Laboratório de Ornitologia da Universidade de Évora e Serviço do Parque Natural da Madeira.

A primeira época de campo “foi particularmente difícil para a organização e para todos os colaboradores, devido à ausência de qualquer apoio financeiro”, diz a SPEA. E adianta que “esta situação impossibilitou a existência de ajudas para as deslocações dos colaboradores voluntários e a existência de uma equipa de coordenação a tempo inteiro, que um projecto destes requer”. Para além destas dificuldades, os colaboradores do atlas ainda tiveram que “se adaptar a um novo sistema de quadrículas (de acordo com o sistema de referência europeu ETRS), e uma nova plataforma de registo dos dados, com sede no PortugalAves/eBird. Mesmo assim, muitos aceitaram o desafio e deitaram mãos à obra com entusiasmo. Pretendemos com esta nota dar a conhecer alguns dos resultados desta primeira época de campo”, afirma o coordenador do Atlas, Domingos Leitão.

Participaram nesta primeira fase do atlas cerca de 140 ornitólogos, onde se incluem oito 8 elementos da comissão científica, 30 profissionais, principalmente do ICNF, mas também da SPEA e da Universidade de Évora, 18 responsáveis regionais voluntários e 80 colaboradores voluntários de campo. Deste grupo, mais de 100 ornitólogos fizeram visitas sistemáticas às quadrículas. Estas visitas sistemáticas foram complementadas por registos pontuais, resultantes das actividades destes ornitólogos e de todos os outros (muitos) que utilizam o portal PortugalAves/eBird.

Amostradas 150 quadrículas

Foram amostradas com visitas sistemáticas 150 quadrículas. Na Madeira não foram realizadas visitas sistemáticas este ano e nos Açores foram cobertas oito quadrículas. No Continente a maior parte das quadrículas completas estão localizadas no Norte e Centro e na região de Lisboa. Para além das visitas sistemáticas, mais de 650 quadrículas tiveram registos adicionais.

Domingos Leitão refere que os resultados apurados até à data mostram diferentes situações. “Espécies comuns com um grau de cobertura superior a 30% comparativamente aos resultados totais do Atlas, como o trigueirão (Emberiza calandra), a andorinha-das-chaminés (Hirundo rústica) e o melro (Turdus merula). Por outro lado, temos espécies mais localizadas com uma cobertura ainda muito baixa, face ao atlas anterior, como a cegonha-preta (Ciconia nigra) e guarda-rios (Alcedo atthis)”, diz.

Estes dados ainda muito preliminares, mostram a distribuição de algumas espécies raras cujas populações nidificantes aumentaram substancialmente face à situação no Atlas anterior, como a tadorna (Tadorna tadorna) e o colhereiro (Platalea leucorodia).

“Estes dados ilustram essencialmente o esforço que todos os ornitólogos, profissionais e voluntários, colocaram neste projecto. São resultados animadores, que incentivam a continuar por mais três épocas. As más notícias são que ainda não haverá financiamento para a próxima época de campo (primavera de 2016), ao contrário do que seria desejável”, alerta Domingos Leitão.

As inscrições para a nova época de campo, que começa a 15 março já estão já abertas.

Downloads:
Tabela com dados do continente
Mapas (.zip)

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