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Apormor repudia intenção do Governo de criar uma Direcção-Geral dependente do Ambiente para a sanidade e bem-estar animal

A Apormor — Associação de Produtores do Mundo Rural da Região de Montemor-o-Novo associa-se a todas as organizações que já manifestaram o repúdio pela intenção do Governo de criar uma Direcção-Geral dependente do Ministério do Ambiente para o bem-estar dos animais de companhia.

São estas novas ideias que partem de grupos urbanos muito activos e que desconhecem a realidade do Mundo Rural

Aqueles produtores dizem em comunicado que esta medida vem satisfazer, “parcialmente, uma exigência de um dos seus apoiantes, o PAN. Dizemos parcialmente, porque este partido político exige que também os animais de produção sejam abrangidos”.

Relembre-se que o PAN – Pessoas-Animais-Natureza vai apresentar uma proposta para que a protecção e o bem-estar animal sejam retirados da tutela da Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) através da “criação de uma direcção-geral autónoma que possa concretizar as políticas e as leis de protecção e bem-estar animal”.

Animais de companhia passam para o Ambiente

Entretanto, a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes Albuquerque, fez saber que está a ser “trabalhada uma proposta para que os animais de companhia passem a estar sob a alçada do Ministério do Ambiente e Acção Climática”.

“O Mundo Rural mobilizou-se, quase em uníssono, contra esta intenção de tirar aos técnicos da DGAV a gestão do bem-estar animal e entregá-la aos políticos, neste caso e neste contexto a pessoas que, dizendo-se defensores dos animais e da natureza, são as que mais atentam contra as leis naturais que têm garantido, ao longo dos séculos, a coexistência entre as espécies animais, incluindo a humana”, diz a direcção da Apormor.

Em defesa da DGAV

E realça que  “esta vida em comum na natureza tem tido, nas últimas décadas, o apoio indispensável da DGAV e das Direcções-Gerais que a antecederam, não só na sanidade animal, mas também na aplicação de regras de bem-estar animal, que todos os produtores pecuários compreendem e acatam”.

Para a Apormor, a DGAV, “apesar da intenção deliberada por parte da tutela de a ir desactivando, não substituindo os funcionários que se reformam, nem dotando os que restam com os meios mínimos necessários, a começar pelos transportes, para que possam cumprir a sua missão, ainda dispõe de técnicos e outros funcionários que todos os dias fazem milagres para que a saúde pública e animal sejam asseguradas, dentro das condicionantes existentes.
Este protesto genuíno do sector, contrariando o habitual alheamento de tudo quanto se passa na política, só demonstra o quanto atentatório para o Mundo Rural, para o seu equilíbrio ambiental e produtivo, a sua economia, são estas novas ideias que partem de grupos urbanos muito activos e que desconhecem a realidade do Mundo Rural. A cedência a estes grupos só tem agravado as situações. Quando se quer mexer num problema, a norma tem sido agravá-lo”.

“Porque a seguir aos animais de companhia virão os animais de produção e o desmantelamento da DGAV, dizemos:
Por nós, não passarão”, conclui o comunicado da Associação de Produtores do Mundo Rural da Região de Montemor-o-Novo.

Ver também:

Animais de companhia passam para a tutela do Ministério do Ambiente. Ministra da Agricultura quer DGAV com papel reforçado

Biólogos, agrónomos, zootécnicos e Veterinários: retirar da tutela da DGAV a protecção e o bem-estar animal “é desajustada e incoerente”

Ordem dos Médicos Veterinários: é “injusto que se critique” a DGAV

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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