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Anipla sobre estudo da PAN Europe: presença de vestígios de pesticidas “não significa que os alimentos não sejam seguros”

A Anipla — Associação Nacional da Indústria para a Protecção das Plantas questiona “a validade científica da metodologia usada” pelo estudo da ONG Pesticide Action Network, Europe (PAN Europe) sobre taxas de contaminação por certos pesticidas em alguns produtos hortofrutícolas consumidos pelos portugueses, nomeadamente em maçãs e pêras.

Em declarações à Revista Agricultura e Mar, salienta a direcção da Anipla que o estudo “não apresenta quaisquer valores, assim como o seu propósito, que não é certamente informar a população de forma isenta, mas sim criar alarmismo”.

Para a Associação, “cruzar a informação constante em duas plataformas e verificar se substâncias activas que são candidatas a substituição foram detectadas nas análises de monitorização que servem de base ao relatório anual da EFSA [Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos], nada nos diz relativamente à falta de segurança que estes produtos alimentares possam ter para os consumidores. A este tipo de publicações, que, salientamos, não apresenta quaisquer valores, nem estudo pode ser chamado, demonstram a falsa fé pela qual este tipo de organizações se move”.

Em todo o caso, e em abstracto, diz a direcção da Anipla que “podemos afirmar que a presença de vestígios de substâncias não significa que os alimentos não sejam seguros. A entidade cientificamente acreditada para a realização e acompanhamento destas matérias na Europa, Agência Europeia de Segurança Alimentar, realiza regularmente uma extensa pesquisa sobre este tópico, demonstrando que o risco do consumidor de exposição cumulativa na dieta está abaixo do limite considerado seguro para a saúde humana e não é, portanto, um factor de risco. Consideramos que as conclusões do estudo são desnecessariamente alarmistas e lesivas da economia nacional”.

“A indústria está, como sempre esteve, totalmente empenhada em investir em inovação que permita sempre disponibilizar opções adicionais aos agricultores. Uma caixa de ferramentas de soluções inovadoras é essencial uma agricultura mais resiliente e sustentável”, realça ainda a direcção da Associação Nacional da Indústria para a Protecção das Plantas.

Esclarecimento da DGAV

Refira-se que ontem, 25 de Maio, DGAV — Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária esclareceu que estudo da  Pesticide Action Network, Europe “deve ser contextualizado quanto ao impacto desses resultados na segurança dos alimentos e protecção da saúde dos consumidores”.

Em nota de imprensa em resposta ao relatório da PAN Europe, a DGAV refere que “a presença de resíduos de pesticidas ou outros quaisquer contaminantes nos produtos agrícolas não deve, por si só, constituir motivo de alarme sem que estejam associados a níveis que constituam risco”.

O estudo não refere a quantidade de resíduos encontrados, nem leva em conta que a utilização de pesticidas na produção agrícola está sujeita a Limites Máximos de Resíduos (LRM) que visam a segurança dos alimentos para o consumidor.

Revista Agricultura e Mar questionou os autores do estudo sobre os valores em causa mas não obteve até agora qualquer resposta, não tendo por isso noticiado, ainda, o estudo, que sem a concreta explicação técnica do seu conteúdo pode apenas levar a alarmismo no consumidor.

Agricultura e Mar

 
       
   
 

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