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Anipla alerta: em 3 anos dois terços das substâncias activas desapareceram sem quaisquer substituições

A Anipla — Associação Nacional da Indústria para a Protecção das Plantas alerta para que “num contexto em que os perigos e ameaças são cada vez maiores, dois terços das substâncias activas desapareceram e as que ficaram muitas apresentam restrições severas”.

“A não aprovação (retirada) de uma substância activa, leva a que sejam cancelados todos os produtos que contenham essa molécula, quer em extreme, quer em mistura com outras moléculas, podendo resultar em perdas de soluções na ordem dos 30% aos 50% nas culturas”

O alerta foi dado por Paula Rebelo, da Comissão Técnica de Homologação da Associação, nas V Jornadas de Homologação da Anipla, que se realizaram no passado dia 5 de Abril, no Auditório da Biblioteca da FCT — Faculdade de Ciências e Tecnologias.

Nas Jornadas, que foram centradas no tema das consequências e fundamento do Pacto Ecológico Europeu, Paula Rebelo,  afirmou que este é “um dado alarmante”. “Sobretudo para as culturas consideradas mais relevantes no mercado nacional, como o milho, pêra, maçã, olival, tomate, batata e vinha”.

Isto porque “a não aprovação (retirada) de uma substância activa, leva a que sejam cancelados todos os produtos que contenham essa molécula, quer em extreme, quer em mistura com outras moléculas, podendo resultar em perdas de soluções na ordem dos 30% aos 50% nas culturas nomeadas”.

À apresentação de Paula Rebelo sobre as principais conclusões do trabalho de análise feito pela Comissão Técnica de Homologação da Anipla para medir o impacto da retirada destas substâncias, seguiu-se Paulo Lourenço, da direcção da Anipla, relembrando que “se não forem adoptados novos métodos de produção, melhoramento genético, aplicação de drones e novas ferramentas de precisão, será impossível alcançar os objectivos que a Europa nos propõe. Ao adoptar as estratégias do Prado ao Prato vamos conseguir diminuir as emissões de efeitos de estufa na Europa, mas estaremos a canalizá-las para outros lugares do Mundo – porque a população tem que continuar a comer e o sector tem que continuar a produzir”.

Mas, uma vez mais, foi altura de reflectir sobre o tema da dependência e, para Paulo Lourenço, é absolutamente essencial “continuar a alimentar a nossa balança comercial – assumindo as exportações e importações na medida das necessidades – e não é um plano “Homem na Lua” que nos vai ajudar”.

Em jeito de conclusão, aproveitou o momento para deixar a reflexão: “qual será o futuro da segurança alimentar europeia? É verdade que nunca passámos fome, mas também não há memória de um período tão instável como o que vivemos, sobre o que comemos”.

Oportunidades e Ameaças para o Comércio Alimentar

Já numa mesa-redonda dedicada ao tema “Oportunidades e Ameaças para o Comércio Alimentar” moderada por Luís Ribeiro, jornalista da revista Visão, Bárbara Oliveira começou por referir que “estando em vias de aprovação um regulamento que não considera o esforço feito desde então até agora (redução de 40% em 15 anos), partimos já de uma posição muito difícil. Sem alternativas e soluções eficazes, torna-se inviável para os produtores manterem os mesmos níveis de eficácia e resultados”.

Opinião corroborada por Paulo Lourenço, que aproveitou o momento para sublinhar, uma vez mais, que “não existe incompatibilidade entre biodiversidade e agricultura. Pelo contrário, é graças à forma como os agricultores têm trabalhado nos últimos anos que talvez hoje tenhamos o respeito que temos pela biodiversidade. Há muito a melhorar, claro, mas há um conjunto de espécies que voltaram a escolher Portugal e que crescem nos nossos territórios, graças ao respeito dos agricultores e a um trabalho em prol da vida da fauna e flora”.

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