Início / Mar / Ambiente / Ambientalistas querem fim da isenção do imposto sobre os combustíveis concedida ao sector das pescas

Ambientalistas querem fim da isenção do imposto sobre os combustíveis concedida ao sector das pescas

“Os subsídios nocivos no sector das pescas reduzem os custos de capital ou operacionais e incentivam a utilização de práticas de pesca destrutivas do ambiente”. Quem o diz é um grupo de ambientalistas marinhos, no documento “De Volta à Origem – Salvar a Biodiversidade da Europa Começa no Oceano“, grupo do qual faz parte a portuguesa Sciaena, liderada por Gonçalo Ferreira de Carvalho.

Para os subscritores do documento, “os subsídios para a construção e modernização dos navios ou as isenções de imposto sobre os combustíveis, por exemplo, levam os pescadores a viajar mais e a permanecer no mar mais tempo do que seria possível, mesmo quando não é rentável, impulsionando o esgotamento das populações de peixes e a degradação do ambiente. Estima-se que, em 2018, a UE tenha distribuído mais de dois mil milhões de dólares [1,66 mil milhões de euros] em subsídios que aumentam a capacidade. No entanto, existe um elo fraco entre os subsídios de pesca prejudiciais e a melhoria do nível de vida dos pescadores, porque uma grande parte do dinheiro vai para os fornecedores e os proprietários de navios em vez de melhorar o rendimento dos pescadores”.

“Coerência entre os compromissos da UE e as suas políticas de subsídios”

Por isso, pretende que se estabeleça “a coerência entre os compromissos da UE e as suas políticas de subsídios para o sector das pescas, garantindo que: o novo Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas, bem como as futuras directrizes revistas de auxílios estatais, exigem a eliminação ou reorientação dos subsídios nocivos à biodiversidade; a isenção do imposto sobre os combustíveis concedida ao sector das pescas na Directiva relativa à tributação da energia é suprimida na revisão deste instrumento”.

Para aqueles ambientalistas, a Estratégia da UE para a Biodiversidade e a legislação que a implementará “devem apoiar e basear-se nas leis já em vigor. As Directivas Aves e Habitats protegem espécies e habitats marinhos específicos, exigindo a criação e gestão de Áreas Marinhas Protegidas (AMP) e o estabelecimento de medidas rigorosas de conservação para espécies marinhas protegidas. Ao abrigo da Directiva-Quadro Estratégia Marinha, os Estados-membros tinham o dever de assegurar que os seus mares se encontram em “bom estado ambiental” até 2020″.

E acrescentam que a Política Comum das Pescas (PCP) tem como objectivo assegurar uma gestão sustentável das pescas com um impacto mínimo no meio marinho, seguindo uma abordagem ecossistémica. O regulamento relativo às pescas de profundidade proporciona uma protecção extra aos ecossistemas marinhos de profundidade vulneráveis. A Convenção de Aarhus permite que aos cidadãos da UE participar em decisões ambientais que os afectem”.

No entanto, dizem, “devido à falta de uma implementação e execução adequadas, os objectivos de conservação estabelecidos na lei ainda não foram atingidos em qualquer área: proteger a natureza marinha, introduzir uma gestão sustentável das pescas e alcançar ecossistemas marinhos saudáveis. É necessário intensificar drasticamente as medidas de execução para garantir que todos os Estados-membros cumpram plenamente as suas obrigações ambientais”.

O documento de resposta à Estratégia de Biodiversidade da UE para 2030 é assinado pelas seguintes ONG:

  • BirdLife Europe;
  • Bloom;
  • ClientEarth;
  • Deep Sea Conservation Coalition;
  • Greenpeace European Unit;
  • IFAW;
  • Medasset;
  • Oceana in Europe;
  • Our Fish;
  • Sciaena;
  • Seas At Risk;
  • The Nature Conservancy;
  • WDC, Whale and Dolphin Conservation;

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

Verifique também

Setúbal testa app do projecto europeu RiskPACC de gestão de riscos como incêndios florestais e inundações

Partilhar              A Câmara Municipal de Setúbal foi escolhida para testar uma ferramenta tecnológica de gestão de …

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.