O Governo classificou o Aproveitamento Hidroagrícola de Alqueva, no Alentejo, como obra de interesse nacional, destacando a sua importância para o regadio e o desenvolvimento económico da região.
A decisão, publicada hoje em Diário da República, reconhece a relevância do projecto, que abrange cerca de 120 mil hectares em 12 concelhos e promove uma transformação estrutural da agricultura na região.
O Executivo sublinha que esta classificação reforça a Estratégia ‘Água que Une’ e evidencia a importância do EFMA — Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva na gestão dos recursos hídricos dos rios Guadiana e Sado. O projecto é gerido pela EDIA — Empresa de Desenvolvimento de Infra-estruturas do Alqueva.
O Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva é uma obra de aproveitamento dos recursos hídricos associados às bacias hidrográficas dos rios Guadiana e Sado, fazendo uso do potencial hídrico armazenado na albufeira de Alqueva, com uma capacidade total de 4.150 hm3, avança a a Resolução do Conselho de Ministros n.º 26/2025.
O Aproveitamento Hidroagrícola de Alqueva é constituído pelas infra-estruturas de captação, adução e distribuição, posicionadas a jusante da rede primária do EFMA, as quais constituem a rede secundária de rega, beneficiando uma área de aproximadamente 120 mil hectares distribuída por 12 concelhos e 3 distritos: Beja, Évora e Setúbal.
Os blocos de rega, num total de 25, estão distribuídos por três subsistemas. O de Alqueva, com origem de água na albufeira de Alqueva, beneficia 14 blocos de rega, o de Pedrógão, com origem de água na albufeira de Pedrógão, beneficia 4 blocos de rega e o do Ardila, com origem de água igualmente em Pedrógão, beneficia 7 blocos de rega.
A importância do EFMA justificou um montante de investimento sem precedentes na infra-estruturação de um regadio público, convertendo a vasta área de sequeiro do Alentejo numa zona com disponibilidades hídricas que têm vindo a possibilitar o desenvolvimento económico da região por via do regadio, realça o documento.
E adianta que a constituição de uma reserva estratégica de água na região do Alentejo possibilita, para além da produção de energia hidroeléctrica, do estabelecimento de condições favoráveis a uma alteração do modelo cultural na agricultura de sequeiro para regadio e do crescimento agroindustrial, o desenvolvimento estruturante de toda a área de influência do EFMA assente numa base económica, social e ambiental.
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