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Alltech e Agrobeja debatem importância do solo na cultura do amendoal

A Alltech e o seu distribuidor Agrobeja reuniram várias dezenas de agricultores e técnicos numa jornada de campo sobre a importância do solo, do seu microbioma e da fertilização na cultura do amendoal, a 8 de Fevereiro, em São Manços, Évora. As “Conversas de Campo” decorrem na Herdade dos Castelos, propriedade do empresário norte-americano Rusty Schafer, experiente produtor de amêndoas na Califórnia, agora com amendoais no Alentejo.

No encontro, Isabel Brito, investigadora da Universidade de Évora, deu uma verdadeira aula sobre microbiologia do solo e a importância dos “micróbios” para a intensificação sustentável da agricultura, explicando de forma descomplicada a chave para o sucesso: “é preciso é ter o micróbio certo, na hora e no local certo”.

A investigadora, segundo uma nota de imprensa da Alltech, alertou para os perigos da perda de biodiversidade do solo, entre os quais estão a redução de interacção e redundância de acção entre microrganismos e a perda de funções do solo, levando à maior fragilidade do sistema solo-plantas num contexto de alterações climáticas. A este propósito revelou um número surpreendente: “a gestão sustentável do solo poderia permitir-nos produzir mais 58% de alimentos à escala global”.

Já David Doll, investigador e autor do blog “The almond doctor”, partilhou com a audiência conselhos práticos sobre fertilização. No caso do azoto, um nutriente essencial a todas as culturas agrícolas, disse que 90% do N deve ser aplicado quando há folhas e frutos nas amendoeiras, porque “de Novembro a Março, as arvores retêm pouco azoto”.

Em amendoais jovens, David Doll aconselha a aplicar uma média 50 a 60 kg/ha/ano, nos primeiros anos de vida do amendoal, e de forma faseada, uma vez que o excesso de azoto pode provocar queimaduras nas plantas e gerar crescimento excessivo e pouco robusto das jovens árvores (lanky growth).

Por sua vez, Pedro Palazón, director-técnico da Ideagro, explicou como se avalia o efeito fertilizante de um microrganismo, área de investigação na qual esta empresa é especialista, estando acreditada pela FAO como laboratório especializado em análises do microbioma do solo.

“Quando inoculamos um biofertilizante com microrganismos temos que analisar os seus efeitos a nível global, ou seja, no solo, mas também a nível interno da planta”, disse Pedro Palazón, explicando que “a partir de agora devemos pensar nos efeitos de cada estirpe de microrganismo, pois cada uma tem um espectro de acção específico e o seu desempenho depende do ambiente onde é introduzida”.

“A saúde do solo é a chave para uma agricultura sustentável”

No mesmo encontro, Agustín Murillo, director comercial da Alltech Crop Science para Portugal e Espanha, realizou uma apresentação sobre o microbioma do solo como elemento-chave para a sustentabilidade da agricultura. “O núcleo da nossa investigação na Alltech é a fermentação (com fungos, bactérias e outros microrganismos), dispomos de 42 anos de conhecimento científico nesta área e sabemos qual é o microrganismo indicado para inocular no solo em cada situação e fase da cultura para obter os melhores resultados agronómicos”, afirmou.

A Alltech Crop Science dispõe uma ampla gama de bioestimulantes com “efeitos benéficos na saúde do solo e na produtividade e qualidade das culturas agrícolas, permitindo aos agricultores reduzir o uso de fertilizantes químicos de síntese, diminuindo, simultaneamente, a pegada de carbono das suas explorações”, garante a mesma nota de imprensa.

Num ensaio comercial realizado na cultura do amendoal em Portugal, o bioestimulante Contribute IbNP da Alltech Crop Science, formulado exclusivamente à base de Azospirillum brasilense e Pseudomonas putidas, contribuiu para reduzir em 18% a aplicação de fertilizantes químicos, com 16% de aumento na produção de amêndoa, melhorou os parâmetros qualitativos do fruto, e permitiu reduzir em 17% os kg de CO2 equivalente por kg amêndoa.

As soluções da Alltech Crop Science contêm na sua formulação estirpes exclusivas de microrganismos, em níveis de concentração muito acima do que a legislação recomenda, o que se reflete na eficácia dos produtos.

“A cultura da amêndoa é bastante sensível a fungos de solo, mas com os produtos da Alltech Crop Science, nomeadamente o Contribute AID, à base de Tricoderma koningiopsis, e o Complex AID, este à base de aminoácidos procedentes da fermentação enzimática da Saccharomyces cerevisae, conseguimos reduzir a pressão de doenças causadas por fungos no solo e os efeitos são visíveis na sanidade das amendoeiras”, revela Rute Mendes, responsável de campo na Herdade dos Castelos.

Da esquerda para a direita: David Doll, Rusty Schafer e Rute Mendes, Rui Amante e Agustín Murillo, Isabel Brito, Fátima Fernandes, Pedro Palazón e Vasco Sevinate Pinto

Num contexto em que os agricultores europeus são chamados a contribuir para uma Europa neutra em carbono até 2050 e perante os preços elevados dos fertilizantes químicos, “os bioestimulantes são uma opção a ter em conta para uma agricultura intensiva, que assegure alimentos para todos, mas sustentável, respeitando as pessoas e o Planeta”, acrescenta a Alltech.

A União Europeia deu um sinal claro ao aprovar nova legislação que reconhece e regulamenta os bioestimulantes para plantas como uma nova categoria de fertilizantes. O regulamento entra em vigor a 16 de Julho de 2022.

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