O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, visitou hoje, 2 de Maio, o stand da AJAP – Associação dos Jovens Agricultores de Portugal, na Ovibeja. À semelhança de ontem com Luís Montenegro, e a dois dias de começar a campanha eleitoral para as legislativas de 18 de Maio, o director-geral da AJAP, Firmino Cordeiro, entregou ao líder do maior partido da oposição, uma proposta que está a ser trabalhada pela AJAP e outros parceiros, para um Grande ‘Pacto – Inovação Portugal Rural’ e que abre caminho à revitalização dos territórios rurais e apoia o rejuvenescimento e a dinamização económica, social e cultural destas regiões.
Na visita, o secretário-geral do PS ouviu algumas das preocupações da Associação no que respeita ao sector agrícola em Portugal e apelou a Pedro Nuno Santos que tenha em consideração aspectos cruciais que impactam no desenvolvimento da Agricultura Portuguesa, entre eles, o apoio aos Jovens Agricultores (JA), Jovens Empresários Rurais (JER), o rejuvenescimento e impulso do território e das regiões mais afectadas pelo despovoamento e desertificação, refere uma nota de imprensa da AJAP.
Nas vésperas da campanha eleitoral para as legislativas, que começa a 4 de Maio, a AJAP lembrou ao líder do maior partido da oposição que “transformar o Portugal Rural num espaço vivo, inclusivo e dinâmico, onde a juventude encontre condições para investir, aprender, criar família e liderar projectos inovadores que assegurem a sustentabilidade e a coesão do País” terá de ser uma prioridade máxima para a próxima legislatura, de quatro anos, já a partir do próximo dia 18 de Maio.
“Os territórios rurais não são um problema a resolver, são soluções esquecidas que urge recuperar. Há capacidade instalada, há financiamento disponível, há experiência institucional, falta juntar as peças e uma coordenação estratégica que articule programas e actores do território”, salientou Firmino Cordeiro.
Este Pacto, a ser detalhado em breve, pretende articular entidades públicas e privadas, numa lógica de ecossistema colaborativo e trabalho em rede, gerando um efeito agregador e multiplicador. Na base privada, estão organizações de agricultores e estruturas empresariais com preocupações assumidas com jovens (agricultores e empresários), e na base pública, os Municípios e as Comunidades Intermunicipais (CIM’s), articulados com as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR’s) e as tutelas governamentais directamente associadas a este desafio.
Regeneração rural
O objectivo “é simples, mas ambicioso: colocar os Jovens no centro de uma estratégia de regeneração rural, dando-lhes condições reais para se fixarem e prosperarem. O Portugal Rural não pode continuar refém de políticas fragmentadas. A criação de uma visão integrada, humana e sustentada torna-se, pois, indispensável”, defende a AJAP.
No entender da AJAP e das entidades signatárias do Pacto, o papel da juventude emerge como factor determinante para a revitalização destes territórios. Jovens Agricultores, Jovens Empresários Rurais, empreendedores, universitários e outros, são hoje essenciais para implementar práticas inovadoras, trazer tecnologias digitais e dinamizar novas actividades económicas, desde as ligadas à agricultura até ao turismo, serviços, indústrias criativas, energias renováveis, preservação dos recursos, melhoria dos ecossistemas e economia circular.
Foi esta a mensagem que a AJAP transmitiu ontem a Luís Montenegro, primeiro-ministro e líder da Aliança Democrática (PSD e CDS-PP) e hoje a Pedro Nuno Santos, Secretário-Geral do PS, e que se apresentam a candidatos a primeiro-ministro nas próximas eleições.
Recorde-se que o Pacto – Inovação Portugal Rural foi um dos temas abordados ontem, 30 de Abril, no seminário de abertura da Ovibeja, organizado pela AJAP, intitulado ‘JER – Jovem Empresário Rural’. Destacamos as palavras do Ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, que relembrou na sessão de abertura do seminário a importância do Jovem Empresário Rural e dos Jovens Agricultores para a dinamização económica, social e cultural dos territórios rurais, devendo envolver os Municípios e as Comunidades Intermunicipais, considerando ainda que este assunto deve ser uma prioridade do próximo Governo.
“Este é mais um contributo e um desafio que a AJAP deixa às demais entidades, e ao País, porque estamos certos de que os portugueses querem um Portugal que se desenvolva como um todo, atendendo às suas especificidades regionais, capaz de combater assimetrias e melhorar as condições de vida de cada cidadão”, acrescenta Firmino Cordeiro.
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