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Agricultores espanhóis pedem “medidas drásticas” ao governo e à UE com chegada do Trioza erytreae ao Algarve

Os espanhóis da Associação Valenciana de Agricultores (AVA-ASAJA) exigem ao governo espanhol e à União Europeia “avaliem e implementem medidas drásticas para prevenir o avanço do vector transmissor Trioza erytreae da doença mais devastadora de a citricultura mundial”, a Huanglongbing (HLB), também denominado Citrus Greening ou Yellow Dragon, depois de saber que este insecto atingiu o Algarve, no Sul de Portugal. O abate de árvores não está fora que questão.

Trioza erytreae

“O avanço do Norte e Centro de Portugal para os citrinos do Algarve, levanta a possibilidade de que, primeiro este vector transmissor e depois a bactéria HLB, acabem por chegar às explorações citrícolas de Huelva e ao resto de Espanha e Europa”, referem aqueles agricultores em comunicado.

A AVA-ASAJA insiste em “realizar todas as acções que a ciência permitir para conter a propagação desta praga ou, pelo menos, diminuir a velocidade da sua progressão geográfica”.

Aquela organização agrária espanhola destaca “um ambicioso plano com recursos comunitários voltados para a promoção de linhas de pesquisa, criação e libertação em massa de parasitóides de alta eficácia contra vectores transmissores do HLB”.

DRAP Algarve larga parasitóide Tamarixia dryi

Refira-se que a Direcção Regional de Agricultura e Pesca do Algarve (DRAP Algarve), após assinalada a presença da psila africana Trioza erytreae Del Guercio no Algarve, na freguesia do Rogil, concelho de Aljezur, realizou, dia 29 de Setembro, uma largada do parasitóide Tamarixia dryi naquela região.

Realça a DRAP Algarve que o predador Tamarixia drii conseguiu reduzir a presença de Trioza erytreae para mais de 90% nas explorações de citrinos investigadas nas Ilhas Canárias. Por outro lado, existem estudos internacionais sobre parasitóides que também poderiam combater o outro vector do HLB, Diaphorina citri, ainda mais adaptado ao clima mediterrâneo.

Abate de árvores infestadas

A associação preconiza mesmo “a exploração de medidas complementares mais contundentes, como o abate de árvores infestadas, já que, como a Xylella fastidiosa, esta doença ainda não tem cura e nos países onde já apareceu”, causando perdas incalculáveis para os produtores de citrinos e o abete de árvores.

A AVA-ASAJA apela ao governo espanhol para uma maior coordenação com o executivo português para saber a evolução da situação e poder actuar da forma mais coordenada e contundente possível.

Para o presidente da AVA-ASAJA, Cristóbal Aguado, “a terrível notícia que nos chega do vector HLB é mais uma prova da falta de seriedade e rigor com que a Comissão Europeia engana as pragas e doenças agrícolas. Nos últimos anos, não conseguiu impedir a entrada e a expansão de muitas pragas importadas de países terceiros, como a Xylella fastidiosa, o Cotonet da África do Sul ou a vespa da amendoeira, que todos sabemos os prejuízos que estão a causar ao sector”.

E acrescenta: “agora enfrentamos nem mais nem menos que a pior ameaça à citricultura mundial. Na ausência de soluções curativas, o melhor remédio para o HLB é a prevenção, mas pode não ser suficiente e medidas mais fortes terão que ser tomadas”.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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