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Agricultores espanhóis contra participação de empresas marroquinas na Fruit Attraction

“É claro que a Fruit Attraction é uma iniciativa privada, mas recebe reconhecimento e apoio público. É claro que os organizadores da Fruit Attraction são livres para receber os participantes que considere adequados, mas há decisões que não beneficiam os agricultores espanhóis. Talvez seja hora de se fazer algumas perguntas e tomar algumas decisões. Na COAG, temos certeza de onde nos posicionar”.

Quem o diz é, Andres Gongora, responsável pela actividade de frutas e legumes da espanhola COAG — Coordenadora de Organizações de Agricultores e Ganadeiros.

Em artigo de opinião, publicado na página de Internet da organização, Andres Gongora relembra que, como referiu a associação espanhola de marketing e exportação de Almería, Coexphal, em carta aberta aos supermercados, “o sistema de governo do país [Marrocos] tem pouco a ver com uma democracia do século 21, mas sim com um sistema feudal do século 13. As condições de trabalho dos trabalhadores que colhem ou produzem frutas e legumes para exportação podem ser melhoradas e os seus salários são oito vezes menores do que os pagos em Espanha”.

Por outro lado, os controles sanitários e de qualidade a que estão submetidos os agricultores marroquinos “não têm ponto de comparação com os que são feitos ou elaborados em Espanha ou em qualquer país da União Europeia”.

“Além disso, Marrocos não cumpre repetidamente o acordo comercial com a UE, tanto em termos de quotas, como de pagamento de taxas ou de respeito pela estabilidade dos mercados”, frisa Andres Gongora.

No entanto, e “contra toda a coerência, está prevista a participação de empresas com produção em Marrocos na feira Fruit Attraction. Empresas que abraçam este modelo de produção (…) e que atentam contra a nossa rentabilidade e futuro”, diz ainda aquele agricultor.

Para Andres Gongora, a Fruit Attraction é “uma grande vitrine para o nosso sector e para as empresas que o integram. Mas, cada vez mais, uma vitrine maravilhosa e cada vez maior para nossos concorrentes directos: laranjas do Egipto, bananas do exterior, uvas do Brasil, tomates do Marrocos …”.

Os produtores espanhóis de frutas e legumes “ganham por dividir este espaço com nossos concorrentes? Não serão essas empresas estrangeiras mais favorecidas do que nós por ficarem ao nosso lado e se beneficiarem da nossa boa imagem, da nossa qualidade e do nosso rigoroso modelo de produção?”, questiona.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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