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Agricultores espanhóis contra acordo da UE que permite desembarque de laranjas da África do Sul sem tratamento a frio

A espanhola Associação Valenciana de Agricultores (AVA-ASAJA) pede explicações sobre as notícias que dão como certo um acordo entre a União Europeia (UE) e a África do Sul para permitir o desembarque de laranjas sem tratamento a frio.

Em comunicado, a Associação expressa sua “consternação” e pede explicações a todos os níveis da Administração com competências na agricultura e segurança alimentar perante as informações publicadas na imprensa internacional, segundo as quais a UE teria negociado um acordo com a África do Sul para desembarcar nos portos comunitários mais de 2.000 contentores de laranjas procedentes daquele país terceiro que se “encontram paralisados ​​por não comprovarem o cumprimento do tratamento a frio, regulamento em vigor desde 14 de Julho que visa prevenir a introdução e propagação da praga de quarentena da falsa mariposa (Thaumatotibia leucotreta) em território europeu”.

A AVA-ASAJA já pediu explicações — com o objectivo de esclarecer os factos e, se for caso disso, detalhar o que se negociou e em que termos foi alcançado este pacto “às escondidas do sector agrário” — ao Comissário de Agricultura, Janusz Wojciechowski, à Comissária de Saúde e Segurança Alimentar, Stella Kyriakides, ao ministro da Agricultura de Espanha, Luis Planas, e aos eurodeputados espanhóis.

E fez também chegar a sua missiva à ASAJA — Associação Agrícola de Jovens Agricultores de Espanha para que leve o tema tanto à Interprofesional Intercitrus como à COPA-COGECA, entidade que agrega as principais organizações profissionais agrárias e cooperativas da UE.

O presidente da AVA-ASAJA, Cristóbal Aguado, afirma que “se for certa esta informação, para nós seria um escândalo intolerável, porque seria não somente uma humilhação da UE aos seus agricultores e uma ameaça para a segurança fitossanitária dos cítricos e de uma série de espécies agrícolas e arbóreas na Europa, e que além disso, pode considerar-se uma fraude à lei porque a UE estaria a violar os seus próprios regulamentos”.

Aquele dirigente agrário acusa a Bruxelas, a ser real esta negociação, de “ter descartado, por interesses comerciais, o risco fitossanitário que ela mesma defendeu com argumentos técnicos em 25 de Maio, não fez ainda três meses. Se o Comité Permanente de Plantas, Animais, Alimentos e Rações para Animais (SCoPAFF) aprovou o tratamento em frio para as laranjas originárias de países com presencia da falsa mariposa foi porque considerou o perigo representado por essas importações estrangeiras, um risco baseado na intercepções muito elevadas desta praga em citrinos provenientes da África do Sul e de outros países terceiros”.

A AVA-ASAJA revelou que la Direcção-General de Saúde e Segurança Alimentar da Comissão Europeia contabilizou durante o mês de Julho um total de sete detecções de pragas e doenças nas importações de citrinos sul-africanos, entre elas dois lotes contaminados com falsa mariposa (um em tangerinas e outro em laranjas).

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